quarta-feira, 11 dezembro, 2024
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Sonho de Luiz Dalben para revolucionar a educação, Chromebooks se tornaram o pesadelo de professores e alunos de Sumaré

Projeto ambicioso de Luiz Dalben para modernizar a educação enfrenta problemas de execução e custos elevados

Em 2021, os professores da rede municipal de ensino de Sumaré tiveram uma grata surpresa. A Prefeitura alugou, através de licitação, Chromebooks para serem distribuídos aos profissionais de educação da cidade, com o objetivo de auxiliar no registro do então recém-implantado Diário Digital e demais tarefas dentro e fora das salas de aula.

O edital foi publicado ainda em 2020 e o pregão presencial foi realizado em novembro do mesmo ano. A vencedora foi a empresa Sistemas Convex Locações de Produtos de Informática LTDA. Nos termos do contrato, a empresa deveria oferecer 1.500 Chromebooks com internet móvel e também manutenção quando necessária. O contrato teria duração de 12 meses e os equipamentos seriam oferecidos a título de locação.

O valor fixado para o contrato até então foi de R$ 4.860.000,00, ou seja, um total de R$ 3.240,00 por notebook ao longo do ano.

O primeiro ano com os novos equipamentos foi 2021. Com eles, professores e coordenadores tiveram de adaptar a sua rotina escolar, mas com o passar do tempo se acostumaram com o novo método.

O contrato com a empresa foi renovado para 2022. Durante o ano letivo, os professores não tiveram grandes problemas com os Chromebooks e puderam usá-los até o final do ano.

Em 2023, a história foi um pouco diferente. Assim como em 2022, o contrato foi renovado para 2023, contudo em setembro do mesmo ano a empresa responsável recolheu os Chromebooks. O motivo para o recolhimento dos equipamentos foi a falta de pagamento por parte da prefeitura.

Em 2021, a Prefeitura de Sumaré pagou os empenhos à empresa Convex no total de R$ 4.028.833,35. Em 2022, os valores foram de R$ 4.783.999,68 e em 2023, R$ 1.784.500,02.

Com a falta de pagamento do contrato por parte da prefeitura de Sumaré, em setembro de 2023 a empresa optou por recolher os equipamentos, deixando os professores e coordenadores sem notebooks para trabalhar.

Além de desfalque para a educação, que deixou profissionais sem a ferramenta necessária para registrar as informações dos alunos no diário digital, conforme noticiado neste mesmo jornal na última semana, o valor exorbitante pago pelo simples aluguel das máquinas chama a atenção.

Se somados aos R$ 109.666,68 pagos ainda em 2020, o montante total pago pela prefeitura foi de R$ 10.706.999,73, ou seja, mais de R$ 7 mil por cada um dos notebooks.

Além da locação das máquinas, o valor incluía também internet móvel e manutenção, mas a título de comparação, um Chromebook da marca Samsung custa R$ 1.999,00 no site oficial da marca. Vale lembrar também que depois de pagar mais de R$ 7 mil ao longo de quase três anos, a prefeitura teve de devolver as máquinas, já que se tratavam de locação.

O caso dos Chromebooks em Sumaré levanta questões importantes sobre a gestão de recursos públicos e a implementação de projetos educacionais. Enquanto a intenção de modernizar o ensino é louvável, a execução e os custos associados a este projeto específico parecem ter se tornado um problema significativo para o município.

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