O pré-diabetes é uma condição de saúde muitas vezes negligenciada, mas que pode trazer sérias consequências se não diagnosticada e tratada.
O pré-diabetes é uma condição grave e frequentemente subestimada, caracterizada por níveis de glicose no sangue que estão acima do normal, mas ainda não suficientes para o diagnóstico de diabetes tipo 2. Apesar de sua alta prevalência e dos riscos significativos associados, essa condição frequentemente passa despercebida. No Brasil, aproximadamente 35 milhões de pessoas vivem com pré-diabetes, muitas delas sem sequer saber que têm a doença, uma vez que ela pode evoluir de forma assintomática.
Em Sumaré, município paulista com 279.545 habitantes, estimativas baseadas em dados nacionais sugerem que entre 21 mil e 51 mil indivíduos podem estar nesse estágio pré-clínico. Isso representa uma parte significativa da população em risco de desenvolver complicações relacionadas ao pré-diabetes.
Embora silencioso, o pré-diabetes está intimamente ligado ao aumento da probabilidade de doenças cardiovasculares, como infartos e acidentes vasculares cerebrais. Além disso, pode causar danos em órgãos e tecidos. Entre as complicações mais comuns estão a retinopatia, que compromete os vasos sanguíneos da retina e pode afetar a visão; a nefropatia, que prejudica a função renal e pode levar à insuficiência dos rins; e a neuropatia, caracterizada por lesões nos nervos periféricos, que podem causar sintomas como formigamento e perda de sensibilidade. Pesquisas indicam que até 10% das pessoas com pré-diabetes já apresentam sinais iniciais dessas condições, mesmo antes da progressão para o diabetes tipo 2.
A ausência de sintomas evidentes reforça a importância do diagnóstico precoce por meio de exames de rotina, especialmente em indivíduos com fatores de risco. O Dr. Minutti recomenda que pessoas a partir dos 35 anos, em particular aquelas com histórico familiar de diabetes, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial, dislipidemia ou que tenham tido diabetes gestacional, realizem avaliações periódicas da glicose. Esses grupos são mais propensos a desenvolver a condição, o que exige atenção redobrada.
Diante desse cenário, é fundamental reconhecer o pré-diabetes como um problema de saúde pública que demanda conscientização e ação. A adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, a prática regular de atividade física e o acompanhamento médico, pode não apenas reverter a condição, mas também prevenir suas complicações. Ignorar essa fase intermediária representa um risco evitável, tornando essencial que políticas de saúde e indivíduos priorizem medidas preventivas antes que o quadro se agrave.
