No Dia Mundial de Conscientização, entenda a doença que afeta 2% dos idosos, tratamentos no Brasil e a importância do apoio social.
Neste 11 de abril, Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Parkinson, é crucial desmistificar essa condição neurológica. Embora comum, afetando cerca de 2% dos idosos, o Parkinson ainda é cercado por desconhecimento e preconceito.
Entender seus sinais, que vão muito além do tremor, e conhecer as opções de tratamento disponíveis, inclusive no SUS, é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e combater o estigma associado à doença.
O que é a Doença de Parkinson e Seus Principais Sinais?
Descrita em 1817 por James Parkinson, a doença afeta o sistema nervoso, causando diversas manifestações.
O tremor é o sintoma mais conhecido, mas a bradicinesia, ou lentificação dos movimentos, é a mais frequente. A pessoa pode andar mais devagar, curvar-se para frente e balançar menos os braços.
A fala pode se tornar mais baixa e, às vezes, gaguejada, com repetição de sílabas. A expressão facial tende a diminuir, conferindo uma aparência de cansaço.
Tarefas cotidianas como abotoar roupas, manusear utensílios ou escrever tornam-se desafiadoras. A letra pode diminuir (micrografia) e a assinatura mudar.
É importante notar que esse conjunto de sintomas (tremor, rigidez muscular e lentidão) é chamado de parkinsonismo e pode estar presente em outras condições, exigindo diagnóstico médico preciso.
Diagnóstico e Tratamento: Melhorando a Qualidade de Vida
Apesar de associada ao envelhecimento, o Parkinson pode surgir antes dos 45 anos em mais de 10% dos casos, e raramente antes dos 21. Afeta homens e mulheres, mas estudos indicam que mulheres podem ter mais dificuldade no acesso ao diagnóstico correto, sendo muitas vezes interpretadas como tendo depressão ou fadiga.
Felizmente, o tratamento melhora significativamente a qualidade de vida, permitindo que muitos pacientes permaneçam produtivos por décadas.
O principal medicamento, a levodopa, base de muitos fármacos para a condição, está disponível no SUS e no programa Farmácia Popular em todo o Brasil.
Outras opções incluem agonistas dopaminérgicos, anticolinérgicos, inibidores enzimáticos (MAO-B, COMT) e amantadina. Casos selecionados podem se beneficiar de terapias invasivas, como bombas de infusão, ultrassom focado ou estimulação cerebral profunda.
Você sabia que o tratamento precoce faz diferença?
A Importância da Equipe Multiprofissional e do Apoio Social
O tratamento eficaz do Parkinson vai além dos medicamentos. Recomenda-se acompanhamento médico e multiprofissional, envolvendo:
- Preparador físico especializado
- Fisioterapeuta
- Fonoaudiólogo
- Terapeuta ocupacional
- Nutricionista
- Psicólogo
O apoio da família e da sociedade é igualmente crucial. Infelizmente, o preconceito ainda existe. O Parkinson não é contagioso e, na maioria dos casos, não é genético.
Muitos pacientes se isolam por vergonha dos sintomas visíveis, como tremores ou lentidão, e pela aparência de cansaço ou tristeza.
Este isolamento, como demonstrado por pesquisas (inclusive durante a pandemia), é prejudicial às funções neurológicas e pode piorar os sintomas.
Iniciativas como a Associação Campinas Parkinson (ACP), onde atua a neurologista Dra. Laura Moriyama, são exemplos de suporte fundamental para pacientes e familiares na busca por qualidade de vida.
A Doença de Parkinson é uma condição complexa, mas com diagnóstico correto, tratamento adequado e uma rede de apoio multidisciplinar e social, é possível manter uma boa qualidade de vida por muitos anos.
Combater o preconceito com informação é essencial.
Compartilhe este artigo para aumentar a conscientização e apoiar quem convive com Parkinson. Se você ou alguém próximo apresenta sintomas, procure orientação médica.
Você conhece alguém com Parkinson? Como podemos, enquanto sociedade, oferecer mais informação e apoio?
Fonte: Roncon & Graça Comunicações