O que você come? Nutricionista explica os perigos da carne industrializada
Ao cozinhar carnes compradas no supermercado, muitos consumidores notam uma quantidade excessiva de água e uma textura estranha. Essa situação revela um problema comum nas carnes industrializadas, que são tratadas com aditivos e processos que comprometem sua qualidade nutricional. A nutricionista Vivian Sanches esclarece os métodos utilizados e os riscos associados ao consumo dessas carnes.
Introdução
Você já se perguntou o que realmente está comprando ao escolher carnes no supermercado? Muitas pessoas notam que, ao cozinhar certos cortes, a carne solta uma quantidade excessiva de água e apresenta uma textura que pode parecer estranha. Esse fenômeno ocorre devido a processos industriais que injetam água, sódio e aditivos nas carnes, visando aumentar o peso e prolongar a conservação. Embora isso possa ser vantajoso para os negócios, os impactos na saúde são preocupantes.
Processos Industriais e Seus Objetivos
A carne que chega às prateleiras dos supermercados frequentemente não é a mesma que sai do frigorífico. Em busca de maior lucratividade, a indústria alimentícia desenvolveu métodos para “melhorar” a aparência e o peso dos produtos, tornando-os mais atraentes para os consumidores. A nutricionista Vivian Sanches explica que um dos métodos mais comuns é a injeção de salmoura, que adiciona água, conservantes e outros aditivos à carne.
Por que a salmoura é injetada na carne?
Os principais objetivos são:
- Aumento de peso e volume: A carne absorve mais líquido, fazendo com que o consumidor pague mais pela água do que pela carne em si.
- Prolongamento da validade: O excesso de sódio e conservantes mantém a carne com aparência fresca por mais tempo, mesmo quando sua qualidade nutricional já está comprometida.
“Isso significa que, ao comprar certos cortes de carne, você pode estar levando para casa um produto alterado, que tem menos valor nutricional e pode representar risco à saúde”, alerta a nutricionista Vivian.
O que é colocado na carne industrializada?
Mas o que realmente está sendo colocado na carne? Embora alguns rótulos sejam pouco claros, existem expressões que indicam que a carne passou por processos industriais. Termos como “carne temperada”, “carne reestruturada”, “com solução salina” ou “produto cárneo” são exemplos de produtos que podem ter sido alterados. Para ajudar os consumidores, aqui estão os principais aditivos usados nas carnes industrializadas:
- Água e salmoura: Aumentam o peso e o volume da carne.
- Sódio em excesso: Prolonga a conservação, mas pode elevar o risco de hipertensão e retenção de líquidos.
- Fosfatos: Melhoram a retenção de água na carne, mas podem prejudicar a absorção de cálcio e afetar a saúde óssea.
- Conservantes químicos: Compostos como nitratos e nitritos podem estar associados a um risco maior de doenças metabólicas e inflamatórias.
Impactos na Saúde e Alertas da OMS
O impacto desses aditivos na saúde é alarmante. Um estudo publicado no British Medical Journal revelou que o consumo elevado de carnes processadas está associado a um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o consumo excessivo de carnes processadas pode aumentar o risco de câncer colorretal, em decorrência dos aditivos químicos utilizados na conservação.
Dicas para Escolher Carne de Melhor Qualidade
Diante de tantas informações, como escolher a melhor carne no supermercado? Aqui estão algumas dicas práticas:
📌 Dicas para Escolher Carne Saudável
- Verifique o rótulo: Evite produtos com descrições como “temperada”, “com solução salina” ou “carne reestruturada”.
- Atente-se ao peso e à textura: Carnes que soltam muita água ou que têm uma textura esponjosa podem ter passado pelos processos descritos anteriormente.
- Prefira açougues e pequenos produtores: As carnes frescas, vendidas diretamente em açougues, costumam ter menos aditivos e são as melhores opções.
- Opte por carnes orgânicas e de gado criado solto: Essas carnes têm uma melhor procedência, menos conservantes e um sabor mais natural.
Com essas orientações, os consumidores podem fazer escolhas mais informadas e saudáveis ao adquirir carnes no mercado.