Muitas mulheres, ao iniciarem um relacionamento, são seduzidas por uma fase de encantamento, que pode rapidamente se transformar em um ciclo de violência. O Instituto Maria da Penha explica que essa dinâmica envolve três fases distintas, sendo a “lua de mel” uma manipulação que pode levar a consequências graves. O aplicativo PenhaS, da AzMina, oferece suporte para mulheres que buscam romper esse ciclo.
Uma relação abusiva não começa com violência explícita. Muitas mulheres relatam que, ao conhecerem seus parceiros, vivenciam um verdadeiro conto de fadas. Nesse momento, suas necessidades parecem ser atendidas antes mesmo de serem verbalizadas. Elogios, presentes e gestos carinhosos criam uma sensação de segurança e amor. Contudo, essa percepção pode mudar drasticamente quando os abusos começam a surgir.
De acordo com o Instituto Maria da Penha, a dinâmica da violência doméstica é composta por três fases. A primeira é a fase de aumento da tensão. Nela, o parceiro se torna irritável e tenso, explodindo em comportamentos intimidatórios, como murros em paredes e ameaças. Muitas mulheres se sentem culpadas, acreditando que a agressividade é uma resposta a problemas externos, como dificuldades financeiras ou estresse no trabalho. Esse ciclo pode se prolongar, levando à próxima fase.
A segunda fase é marcada pelo ato de violência. É nesse momento que a tensão acumulada se transforma em agressão física ou emocional, resultando em destruição de bens e um intenso medo por parte da vítima. Muitas mulheres reconhecem que estão em uma relação abusiva e buscam ajuda em abrigos ou com amigos e familiares. Entretanto, o medo pode levar ao afastamento, preparando o terreno para a terceira fase.
A terceira fase, conhecida como a “lua de mel“, é onde o agressor parece se transformar. Ele pode dizer frases como “não sei o que me deu” ou “nunca quis te machucar”, acompanhadas de presentes e gestos carinhosos. Essa mudança, no entanto, é uma forma de manipulação. O agressor tenta convencer a vítima de que ele realmente mudou, criando um falso senso de segurança. Essa fase não é um fim para as agressões, mas sim uma pausa temporária. Com o tempo, o intervalo entre essas fases tende a diminuir e a violência se intensifica, podendo culminar em feminicídio.
É crucial que as vítimas reconheçam que essa “lua de mel” não é amor, mas sim uma parte de um ciclo vicioso e perigoso. O termo, que remete a momentos de felicidade e prazer, acaba por romantizar uma situação que deveria ser um sinal de alerta.
Para aquelas que se encontram nessa situação, o aplicativo PenhaS, da AzMina, oferece uma rede de acolhimento, informações e um mapa de fuga para ajudar as mulheres a romperem o ciclo de violência. É fundamental buscar ajuda e entender que a violência não deve ser tolerada.