Os bares e restaurantes apresentaram uma retração de 0,2% nas vendas em outubro, segundo o Índice Abrasel-Stone. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda acumulada atingiu 1,2%. Um dos fatores que explicam esse resultado é o aumento nos custos operacionais, impulsionado pelas altas expressivas nos preços da carne bovina e da energia elétrica, insumos essenciais para o setor.
De acordo com dados recentes do IPCA, as carnes registraram alta de 5,81% em outubro, enquanto a energia elétrica residencial subiu 4,74%. Além disso, a inflação acumulada no setor de alimentação fora do lar este ano foi de 4,13%, significativamente menor que a registrada para alimentos em geral, que alcançou 5,08%. Essa disparidade reflete o esforço dos empresários em conter reajustes, buscando preservar a clientela mesmo diante da elevação dos custos operacionais.
O presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, destaca que a dificuldade em repassar esses custos ao consumidor tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelos empresários. “Os bares e restaurantes vêm absorvendo parte significativa dos aumentos para evitar uma redução mais acentuada na demanda. Isso demonstra o compromisso do setor em manter-se competitivo e acessível, mesmo em um cenário de inflação crescente. No entanto, essa estratégia também coloca pressão sobre a saúde financeira dos estabelecimentos”, afirma.
Com a aproximação das festividades e das férias de fim de ano, além do pagamento do 13º salário, os bares e restaurantes esperam uma recuperação significativa nos próximos meses. “Os resultados de outubro acendem um alerta para os desafios que o setor ainda enfrenta, como a dificuldade no repasse de custos. Apesar disso, estamos otimistas para o último trimestre. Acreditamos que o movimento de fim de ano trará um fôlego importante para os negócios. Estamos confiantes de que o balanço final de 2024 será positivo”, destaca Solmucci.
Fonte: Comunicação Estratégica Campinas