Em outubro passado, Sumaré escolheu seus representantes para os próximos quatro anos. Enquanto no Executivo as urnas puseram fim a quase três décadas de domínio da família Dalben, no Legislativo o velho grupo continua firme e forte.
Diferentemente do que ocorreu com Henrique, o candidato derrotado no segundo turno, Willian Souza, não rompeu seus laços com a família Dalben para disputar a eleição. O petista, que atua como chefe de governo de Luiz Dalben na Câmara, tem grande influência na casa de leis. Como resultado, o atual prefeito governou com praticamente nenhuma oposição dentro da Câmara.
Apesar da derrota de Willian e de Eder, ambos conseguiram eleger um número considerável de vereadores. Não se sabe se a aliança dos eleitos com os derrotados se manterá a partir de 2025, mas, analisando a atual situação da Câmara, é bem possível que isso ocorra.
Isso significa que Henrique do Paraíso não terá uma governança tão fácil quanto a de Luiz, o que exigirá muito do novo prefeito em termos de experiência, competência e habilidade para navegar em águas turbulentas.
A atual legislatura da Câmara já mostrou suas garras ao aprovar um projeto que engessa a próxima gestão, limitando a habilidade de remanejar gastos. Dessa forma, Henrique terá muito menos espaço para governar, o que representa uma medida significativa contra o prefeito eleito.
Muitos membros da atual legislatura foram reeleitos, mas ainda não se sabe como ela se comportará com a nova composição e o novo governo. Se a retaliação contra Henrique continuar, o prefeito eleito enfrentará sérios problemas.
Para contornar toda essa situação e lidar com os aliados rancorosos dos candidatos derrotados, Henrique precisará ser um prefeito firme, com um governo sólido e forte. Seus secretários precisarão ter competência exemplar, e ele deverá se cercar dos melhores profissionais e da equipe mais leal possível.
Com a campanha agressiva – e até mesmo violenta – que ocorreu na cidade, aliada à última decisão da Câmara para o próximo governo, o presságio não é positivo para Henrique. O sinal é claro: é preciso agir com firmeza. Assim como aconteceu com Dilma Rousseff, que não conseguiu governar devido à forte oposição na Câmara e no Senado, Henrique corre sérios riscos se não formar um governo forte e estável.
Fonte: Da redação