Desde a sua fundação, Sumaré é uma cidade muito promissora, com uma localização privilegiada. Seus cidadãos, trabalhadores e honestos, viram no desenvolvimento econômico oportunidades para construir uma cidade bonita e próspera. Apesar de várias empresas terem escolhido Sumaré para se estabelecer, o poder público enfrenta muitas dificuldades para desenvolver a cidade, ficando o município para trás de seus vizinhos.
A fim de procurar soluções para a cidade, o Jornal Spasso Cidades convidou especialistas de diversas áreas para propor soluções para os principais problemas da cidade, a fim de que nos próximos aniversários haja ainda mais motivos para celebrar.
Desenvolvimento
Apesar de ter vários empreendimentos na cidade, Sumaré precisa avançar ainda mais em seu desenvolvimento para acompanhar o crescimento populacional e o aumento das demandas na cidade, como o aumento na arrecadação, por exemplo.
Segundo Marcos Santos, o Marquinho da AVM, empresário sumareense: “Nossa cidade é muito rica e tem muito potencial. Para Sumaré seguir crescendo é necessário um grande investimento em infraestrutura para acomodar os novos negócios que querem vir para a cidade. O avanço nessa área existe, mas é muito tímido comparado ao que precisamos. Falta compromisso do poder público. A cidade precisa também cuidar de seus cidadãos, oferecendo saúde, segurança, esporte e lazer. Apesar de grandes eventos na cidade como a Festa do Peão de Sumaré, a cidade precisa investir pesado em cultura. Nossa cidade tem um potencial imenso, pode ser referência nacional em desenvolvimento e cultura, mas ainda estamos parados no tempo.”
Educação
Na educação, Sumaré tem um histórico bom, como a escola Leandro Franceschini, o antigo Colégio Comercial, referência em educação técnica de qualidade. Desde então, a educação na cidade vem sendo sucateada, com estudantes muitas vezes tendo que ir a cidades vizinhas em busca de educação de qualidade e segurança.
Conforme o professor Arthur Miranda, da rede pública de educação: “Superar a desvalorização dos profissionais da educação e o sucateamento das escolas. Valorização das professoras e professores com escolas bem equipadas para o pleno desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes.”
Saúde
Sumaré vive uma situação crítica na saúde pública desde o fechamento do Hospital Conceição Imaculada no início dos anos 2000. Segundo o enfermeiro intensivista Cadu Vicente, pós-graduado em Auditoria e Qualidade em Serviços de Saúde, “O maior desafio seria a construção do tão falado hospital municipal. Esse marco, não resolverá o desarranjo da saúde se não houver uma reorganização de toda a rede de saúde pública.”
Cadu ainda comenta: “Com uma projeção financeira de aproximadamente 300 milhões de reais/ano para a saúde pública, esse não se trata de ser um desafio quando bem aplicado e com gestão financeira séria e responsável. A implantação do hospital, não se trata apenas de construir prédio, pintar e abrir portas. Necessário definir fluxos na rede de atenção básica, urgência e ambulatorial, além claro, de formalizar toda parte burocrática junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) do Estado e da União, sempre com o objetivo de angariar recursos financeiros provenientes das esferas governamentais.”
Integração
Sumaré é uma cidade descentralizada, composta por diversas regiões como Centro, Picerno, Nova Veneza, Maria Antônia, Área Cura, Matão e Zona Rural. Existe um desafio imenso para integrar essas regiões, que muitas vezes não se sentem parte integral de Sumaré.
Dirceu Ramalho, empresário do Jardim Bom Retiro, região da Área Cura, afirma: “Sumaré ainda convive com grandes desafios, principalmente a situação das regiões que cresceram de fora para dentro, o que também é preocupante para o próximo prefeito encarar essa realidade. Nós que vivemos na região da Área Cura sabemos muito bem da dificuldade que temos com relação à integração da nossa cidade. É necessário que Sumaré esteja mais integrada, principalmente na mobilidade urbana, com corredores que facilitem a integração de toda a nossa cidade.”
Maurício Rocha, servidor público e morador do bairro Altos do Sumaré, região de Nova Veneza, complementa: “Nestes 156 anos que nossa cidade completará, muito já conquistamos nesses mais de um século e meio de existência. Porém, é inevitável e sabido por todos os moradores que a malha viária e a locomoção, tanto de veículos de passageiros quanto de carga, juntamente com milhares de veículos indo e vindo pela nossa cidade, atrasa o progresso e causa estresse e irritação nos moradores e visitantes.”
Gilvan Paulo Mendes Gonçalves, síndico profissional e morador da região do Matão, resume: “O maior desafio é reconstruir a cidade de Sumaré, reestruturar todas as áreas, educação, esporte, saúde, lazer, a cidade precisa crescer em todas as áreas, hoje Sumaré, infelizmente só algumas regiões são beneficiadas e outras esquecidas, visando um plano de governo que contemple todas as regiões nas principais áreas, os sumareenses terão motivos pra comemorar os próximos aniversários da cidade.”
E Warlei de Faria (conhecido como Fininho), empresário do Jardim Maria Antônia, finaliza: “Em se tratando de integração e mobilidade, há muito o que melhorar em nosso município, não somente no impacto urbano, como também no aspecto ambiental e sustentável. É necessário oferecer à população vias de acesso rápido, que atendam a mobilidade das frotas urbanas, pedestres, cadeirantes e deficientes visuais, ruas, praças e avenidas devidamente sinalizadas, iluminadas e arborizadas. Sumaré precisa avançar e elaborar novos métodos de mobilidade e acessibilidade.”