A Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP destacou a crescente dificuldade de acesso ao crédito para construtoras e incorporadoras, agravada pelos juros altos. O cenário impacta diretamente o mercado da construção em São Paulo e cidades da região, como Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia e Paulínia.
No entanto, o crédito proveniente do SBPE, que utiliza recursos da Poupança, vem declinando, com o financiamento à produção caindo significativamente e os recursos sendo direcionados para a aquisição. Segundo Ana Castelo, o problema não está no volume total de funding, que corresponde a 10% do PIB, mas sim no custo elevado devido aos juros altos. O home equity tem se destacado como alternativa de crédito, enquanto na infraestrutura a dificuldade permanece semelhante à do ano anterior, com tendência de queda causada pelos juros elevados.
A economista também comentou que algumas construtoras têm emitido Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que devem se tornar mais caros com a nova tributação do Imposto de Renda (IR). O percentual das Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) destinados ao financiamento habitacional é pouco expressivo, pois parte desses recursos permanece retida nos bancos. Essa questão, agravada pela nova taxação do IR, tende a encarecer o crédito para pessoas jurídicas. Além disso, o aumento da tributação nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) pode tornar a Poupança mais atrativa.
No emprego formal, houve crescimento expressivo em abril, embora o saldo líquido de janeiro a abril de 2025 esteja ligeiramente abaixo do mesmo período do ano anterior, com redução em edificações e serviços e aumento na infraestrutura.
No país, o número de empregados na construção nos primeiros quatro meses de 2025 está 3,4% acima do mesmo período de 2024, com destaque para serviços especializados. Em São Paulo, o saldo líquido de emprego no setor no primeiro quadrimestre é superior ao dos últimos três anos, puxado por serviços e infraestrutura, enquanto o segmento de edificações registra queda. A Sondagem da Construção indica perspectivas de aumento do emprego nos próximos meses.
Os custos do setor continuam em alta, com São Paulo apresentando valores superiores à média das capitais pesquisadas, especialmente devido à mão de obra.
“Um Congresso que derruba vetos do presidente da República, que se nega a resolver a questão do petróleo e que demanda, através das emendas, gastos em escala cada vez maior. Nós temos um problema institucional também, se não for constitucional, que não favorece a gestão desse quadro macroeconômico, então realmente, é um quadro complicado, delicado”. afirmou Gonçalves
“Isso vai nos levar aos trancos e barrancos para a eleição do ano que vem. Minha esperança é que algum candidato surja, minimamente votável, que olhe para essa questão e tente desatar esses nós, preferencialmente começando pela questão fiscal, é a mais difícil, mas também a mais urgente”. complementou Gonçalves
Eduardo Zaidan alertou para o risco de fechamento do estreito de Ormuz, rota estratégica para petroleiros, e destacou que o Brasil importa do Irã quase 20% da ureia usada na produção de fertilizantes, o que pode pressionar a inflação.
Por fim, Gonçalves concordou com a preocupação de Eduardo Capobianco, representante do SindusCon-SP na Fiesp, sobre a distribuição de renda via Bolsa Família e benefícios previdenciários, que, apesar de superiores aos investimentos em produção e infraestrutura, acabam gerando mais inflação e prejudicando o crescimento econômico no médio prazo.
A situação descrita impacta diretamente o setor da construção civil nas cidades da Região Metropolitana de Campinas, incluindo Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia e Paulínia, onde o acesso ao crédito e a manutenção do emprego são essenciais para o desenvolvimento econômico local.
Fonte: Roncon & Graça Comunicações