A saúde mental feminina enfrenta uma crise silenciosa no Brasil, com aumento significativo de depressão, ansiedade e consumo abusivo de álcool entre mulheres. Este artigo explora os fatores que levam ao adoecimento psíquico feminino e destaca a importância de políticas públicas e acolhimento especializado para reverter esse quadro preocupante.
A Crise da Saúde Mental Feminina no Brasil
A frase “as mulheres estão adoecendo em silêncio” resume uma realidade alarmante que vem ganhando atenção no Brasil e no mundo. No Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher, celebrado em 28 de maio, reforça-se a necessidade de ampliar o debate sobre a saúde feminina de forma integral, incluindo o impacto da sobrecarga emocional e psíquica.
Crescimento do Consumo de Álcool entre Mulheres
Dados do IBGE e da Fiocruz indicam que o consumo excessivo de álcool entre mulheres quase dobrou nas últimas duas décadas, especialmente entre aquelas de 18 a 34 anos. Muitas recorrem ao álcool para aliviar sintomas de ansiedade, estresse e solidão, consequências diretas da pressão social, jornadas múltiplas e falta de apoio emocional.
“O álcool é muitas vezes usado como forma de anestesia emocional. Mas a longo prazo, pode agravar quadros de depressão e ansiedade”. Dr. Fábio José Beites, psiquiatra do Hospital Santa Mônica
Burnout, Ansiedade e Depressão em Ascensão
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mulheres têm o dobro de chances de desenvolver depressão em comparação aos homens. Fatores hormonais, sociais e econômicos contribuem para esse cenário, que também inclui níveis elevados de ansiedade e estresse crônico.
A International Labor Organization aponta que o burnout afeta principalmente mulheres em profissões de cuidado, como enfermagem, educação e assistência social. A Associação Brasileira de Psiquiatria estima que o esgotamento mental feminino aumentou 30% após a pandemia.
Violência de Gênero e Saúde Mental: Uma Relação Direta
Uma em cada quatro mulheres no Brasil sofre violência anualmente, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Essa exposição contínua a traumas físicos, sexuais e psicológicos é um dos principais fatores de risco para transtornos como TEPT, depressão e abuso de substâncias.
“Não é possível falar de saúde mental da mulher sem considerar os contextos de violência e desigualdade. Ignorar o meio social é ignorar as raízes do sofrimento.” A psicóloga Fê Maidel
Prevenção, Acolhimento e Políticas Públicas Necessárias
Cuidar da saúde mental feminina vai além do tratamento clínico. É fundamental garantir acolhimento, acesso à psicoterapia e psiquiatria qualificada, além de políticas públicas eficazes que promovam espaços de escuta e validação.
No Hospital Santa Mônica, o atendimento especializado inclui grupos terapêuticos e uma abordagem interdisciplinar que respeita a individualidade da mulher.
Por que Priorizar a Saúde Mental da Mulher?
A saúde não é apenas ausência de doença, mas um estado de bem-estar físico, emocional e social. Investir na saúde mental feminina significa fortalecer famílias, comunidades e o futuro do país.
Promover empatia e ação conjunta é essencial para enfrentar essa crise silenciosa e garantir que as mulheres tenham o suporte necessário para uma vida plena e saudável.
Fonte: Hospital Santa Mônica