A atenção à saúde da mulher passou a ser tratada de forma mais ampla, incluindo aspectos socioculturais, e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde existe desde 1983.
Transformações ao longo da vida
O organismo feminino passa por transformações marcantes ao longo da vida, com necessidades de cuidado específicas em cada etapa. As três principais mudanças destacadas são a puberdade, a gestação e a menopausa.
A puberdade costuma ocorrer entre 8 e 13 anos e envolve alterações como estirão de crescimento, aparecimento de pelos pubianos, desenvolvimento dos seios e a menarca. Esse período requer orientação sobre saúde reprodutiva e autocuidado.
Na gestação há aumento do volume do útero, do abdômen e dos seios, além de desconfortos nas costas e vontade frequente de urinar. O puerpério (45 a 60 dias após o parto) e o aleitamento promovem alterações físicas e psicológicas que merecem acompanhamento.
A menopausa, geralmente entre 45 e 55 anos, marca o fim da menstruação e está associada a mudanças neurológicas, sexuais e gastrointestinais. Sintomas comuns incluem ondas de calor, instabilidade do humor e acúmulo de gordura abdominal.
Condições que mais afetam
Dentre as condições que mais impactam a saúde feminina, destacam-se problemas infecciosos, crônicos e oncológicos. Abaixo, as principais causas e sinais de alerta.
- Infecção urinária — mais comum durante a gestação e a menopausa; sintoma principal: dor ou ardor ao urinar.
- Endometriose — doença crônica que causa cólicas menstruais intensas e pode levar à infertilidade.
- Câncer de mama — principal causa de mortalidade por câncer entre mulheres; detecção precoce aumenta muito as chances de cura; sinais: nódulos nos seios, axilas ou pescoço.
- Câncer do colo do útero — associado a infecções por HPV; sintomas podem incluir sangramento vaginal e dor após relações sexuais.
- Trombose — provoca dor, inchaço e vermelhidão nas pernas; gestação e uso de anticoncepcionais são fatores de risco.
- Osteoporose — sintomas como dor nas costas e quadris e diminuição da altura; probabilidade de ocorrência estimada em 1 em cada 3 mulheres.
- Depressão — sinais incluem esgotamento físico e mental, irritabilidade e ansiedade; relaciona-se tanto a alterações hormonais quanto ao papel social feminino.
Atenção e prevenção
O acompanhamento médico é indispensável para garantir atenção integral em todas as fases da vida, com exames de rotina e seguimento individualizado. É igualmente importante que a mulher conheça o próprio corpo, entenda o ciclo menstrual e registre o histórico familiar para prevenção de doenças hereditárias.
Investir em autoconhecimento e educação sobre saúde permite diagnósticos mais precoces e escolhas informadas sobre tratamento e prevenção.
Saúde mental e autocuidado
A saúde mental feminina é afetada por mudanças físicas, como tensão pré-menstrual, e por fatores sociais e culturais, incluindo pressão estética, sobrecarga e jornada dupla de trabalho. Assédios e violência também comprometem autoestima, autocuidado e autonomia sobre o próprio corpo.
Cuidar-se por inteiro envolve prática regular de atividades físicas, alimentação saudável e rotina de sono adequada — pilares básicos para a qualidade de vida.
