A saúde bucal está ligada diretamente ao bem‑estar do coração: problemas na boca podem permitir que micro‑organismos cheguem à corrente sanguínea e provoquem, em casos mais graves, a endocardite infecciosa, uma infecção que compromete o revestimento interno do coração.
Como a boca afeta o coração
Bactérias associadas a cáries, gengivite e periodontite podem entrar na circulação sanguínea por meio de lesões ou inflamações na mucosa oral. Uma vez no sangue, esses microrganismos podem fixar‑se em superfícies cardíacas predispostas e multiplicar‑se, interferindo no funcionamento normal do órgão.
Riscos e sintomas
A endocardite é rara em pessoas sem problemas cardíacos prévios, mas pode ser grave quando ocorre. Se não tratada, a infecção pode progredir e atingir outros órgãos, aumentando o risco de AVC, embolia pulmonar e insuficiência renal aguda.
Fique atento a sinais locais que indicam necessidade de avaliação odontológica: gengivas vermelhas e inchadas, sangramento ao escovar, presença de pus ao redor dos dentes e mau hálito persistente.
Dados e evidências
Estudos e levantamentos ressaltam a ligação entre saúde bucal e doenças cardíacas: dados do Incor de 2019 indicam que cerca de 45% das doenças cardíacas têm origem na boca, reforçando a importância de medidas preventivas.
Prevenção e cuidados
Pequenos cuidados diários reduzem significativamente os riscos. Adote hábitos como:
- Escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia com escova de cerdas macias;
- Uso diário de fio dental para remoção de placa entre os dentes;
- Visitas regulares ao dentista para diagnóstico precoce e tratamentos oportunos.
Essas práticas diminuem a chance de necessidade de procedimentos invasivos e, consequentemente, a entrada de bactérias na corrente sanguínea.
Procedimentos e quando buscar atendimento
Procedimentos invasivos — como cirurgias orais, tratamentos de canal e extrações — podem criar pequenas portas de entrada para bactérias. Por isso, é importante manter a boca saudável e informar o dentista sobre histórico cardíaco antes de intervenções.
Procure atendimento odontológico sempre que houver sinais de infecção ou alterações persistentes na boca, e siga as orientações profissionais para tratamento e prevenção.




