Na última semana foi anunciada a saída do até então Secretário de Saúde de
Sumaré, Rafael Virginelli. O político deixa a pasta em pleno ano eleitoral depois
do polêmico anúncio da possível construção de um Hospital Municipal na
cidade.
A troca de nomes na pasta não é novidade nenhuma, já que apenas nesta
gestão não se trata da primeira vez que isso acontece. Rafael substituiu o ex-
secretário de saúde Cadu Vicente, que assumiu em 2017 e este por sua vez
substituiu Rubens Gatti outro nome que deixou a pasta.
A mudança constante não é exclusividade do governo Dalben. A ex-secretária
de saúde do governo Cristina Carrara, também próximo às eleições deixou a
secretaria que foi assumida pelo seu pai, que já havia trabalhado como coveiro
na cidade, o que causou espanto nos cidadãos. Luiz Dalben era então vice-
prefeito de Cristina.
A mudança constante pode ter motivo, como explica o ex-secretário Cadu
Vicente. “A alternância de secretários, se dá por fatores essencialmente político,
pouco critério técnico com ou pouquíssimos projetos de curto, médio e longo
prazo”, comenta. “Nos últimos 10 anos, fui o único secretário de saúde e
profissional da área ativo, na rede de saúde pública e/ou privada. O gargalo da
saúde pública municipal é justamente pela falta de critérios técnicos, fluxos,
contrafluxos, referências e a grande interferência política nas decisões de
assistência à saúde pública, seja ela na atenção primária, secundária, baixa e
média complexidade”, finaliza Cadu.
Durante a sua gestão, Cadu Vicente que é enfermeiro e há vários anos atua na
área de saúde agiu, como diz a suas próprias palavras, com audácia. “A audácia
se enquadra justamente no desenvolvimento de serviços, com foco em
resultados, solução e agilidade na assistência à saúde da população. Ideias
aplicáveis e com recursos financeiros já articulados com Estado e União, como
por exemplo, a criação de Centro Municipal de Exames e Diagnósticos, solicitei
a renovação da Frota de Ambulâncias do SAMU, Instalação de UPA’s nas outras
5 regiões, firmar convênio com Universidade de Campinas na área da saúde
ampliando o atendimento do Ambulatório de Especialidades (todas
Especialidades Médicas, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia,
Terapia Ocupacional, Odontologia, Serviço Social) nas UBS’s e no SAMU”.
Apesar da dedicação a atuação não foi o suficiente para que mantivesse o seu
cargo. “À época o chefe do executivo, assessorado por pessoas que
desconhecem o SUS (Sistema Único de Saúde) não permitiu que evoluísse,
portanto, pelas divergências de opiniões, decisões e não permitirem ampliar e
buscar ter um sistema mais resolutivo, além, de assuntos antiéticos provoquei
minha saída”, comenta Cadu.
POLÊMICAS
Em 2018 a polícia apreendeu uma ambulância adquirida pela prefeitura que se
tratava na verdade de um veículo clonado. Ninguém até então foi punido pelo
crime.
Promessa de campanha de Luiz Dalben desde a sua primeira tentativa, a
construção do Hospital Municipal foi protelada até que o prefeito afirmou em
entrevista que a ideia estava descartada. A justificativa foi a falta de recursos
para manter o hospital e que sem o aumento na arrecadação e incentivos a
construção e manutenção de um hospital em Sumaré era impossível.
Contrariando a si mesmo, agora às vésperas da eleição, Luiz Dalben afirmou
que o sonho do hospital será concretizado, contudo até o momento a ideia não
passa de uma promessa que não conta com projeto concreto e nem se explica
como será conquistado e mantido.
Os outros dois secretários Rubens Gatti, sucessor de Carlos Eduardo Vicente e
Rafael Virginelli, foram procurados pela redação, mais não quiseram responder.