Os dados mais recentes do Ideb mostram que a educação municipal de Sumaré não está muito bem. A nota recebida pela cidade foi de 5,9 nos anos iniciais do Ensino Fundamental e 5,2 nos anos finais, conceito inferior ao de cidades da região.
O Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. O Ideb é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
O índice também é um importante condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade para a educação básica, que tem estabelecido, como meta desde 2022, alcançar média 6 – valor que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável ao dos países desenvolvidos. O índice vai de 0 a 10.
Com a nota de 5,9 nos anos iniciais do Ensino Fundamental, Sumaré fica abaixo da média mínima esperada pelos órgãos competentes. Para efeito de comparação, Monte Mor tem um índice de 6,3 e Hortolândia de 6,4. A vizinha Nova Odessa tem nota de 6,7 e quando se observa Americana a diferença é ainda maior, com o conceito na cidade sendo de 6,8.
Se levarmos em conta os anos finais do Ensino Fundamental das escolas municipais, Sumaré também fica atrás. Em Sumaré, a nota é de 5,2. A mais próxima é Monte Mor, com 5,4. Hortolândia tem conceito 6,1 e Americana 5,9. Em Nova Odessa os anos finais do Ensino Fundamental é apenas estadual, e ainda assim a média também é superior à de Sumaré, com 5,8.
A comparação com cidades vizinhas é importante para que se possa identificar os problemas que enfrentam Sumaré. Hortolândia, por exemplo, é uma cidade com uma realidade próxima à de Sumaré. O município vizinho foi desmembrado no início da década de 90 depois de anos de negligência do poder público. O ‘patinho feio’ da região, conseguiu se superar, reestruturou a cidade e hoje mostra em diversos índices um avanço muito superior ao de Sumaré, à exemplo a nota do Ideb.
Quando a comparação é feita com Nova Odessa e Monte Mor isso evidencia que mesmo cidades menores com recursos mais limitados também conseguem fazer algo superior ao que está sendo feito em Sumaré.
Já em relação à Americana, a cidade era uma das mais prósperas da região. Uma forte crise que abalou o setor têxtil da cidade (principal fonte de renda) seguida de governos corruptos e ineficientes, debilitou muito a situação da cidade. Mesmo saindo de uma crise econômica e política, a cidade conseguiu índices superiores ao de Sumaré, que até onde se sabe não enfrenta tais desafios.
Com Sumaré na lanterna da região, fica um questionamento: o que poderia ser feito para melhorar a educação no município e dar as mesmas chances aos sumareenses que são dadas aos vizinhos da cidade.