Quem acompanhou as últimas eleições se deparou com diversas pesquisas eleitorais sendo publicadas. Enquanto algumas apresentavam resultados similares entre si, outras se destacavam pela discrepância em relação a outras pesquisas. Um exemplo disso foi a última pesquisa feita pelo Instituto Vox Brasil Pesquisas e Opinião em Sumaré, realizada entre os dias 29 e 30 de setembro, cerca de uma semana antes das eleições. Segundo informou o instituto, a margem de erro foi de 4% e a confiança era de 95%. Nela, o primeiro colocado era Eder Dalben, com 31,4% dos votos válidos, seguido de Henrique do Paraíso com 24,4% e Willian em terceiro, com 22,4%.
Apesar dos números apresentados pelo Vox Brasil, o resultado nas urnas foi bem diferente. Henrique do Paraíso ficou na liderança, com 44,41% dos votos válidos, em vez dos 24,4% apontados na pesquisa. Willian, que estava em terceiro segundo o instituto, ficou em segundo lugar com 31,5% dos votos, quase 9% a mais do que o indicado pela pesquisa. Já Eder, o líder segundo o Vox Brasil, teve apenas 16,95%, uma diferença de 14,45% em relação à pesquisa.
À título de comparação, uma pesquisa realizada pelo Instituto Veritá entre os dias 16 e 20 de setembro apontou Henrique como o primeiro colocado com 42,2% das intenções de voto, seguido de Willian com 25,5% e Eder com 22,8%. Mesmo tendo sido realizada dez dias antes da pesquisa do Instituto Vox Brasil, a previsão se aproximou muito mais do resultado oficial.
Não é apenas em Sumaré que o Instituto Vox Brasil Pesquisas e Opinião foi alvo de polêmica. No início de outubro, a justiça proibiu a divulgação de uma pesquisa do instituto na cidade de Limeira. Em Cordeirópolis, também no início do mês, a justiça impediu a divulgação de uma pesquisa do mesmo instituto, por suspeitas de fraude.
O problema não é novidade em Sumaré. No início do mês passado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) impugnou uma pesquisa do instituto na cidade, que pretendia medir a preferência de eleitores diante de possíveis pré-candidatos a prefeito. A decisão, proferida pela juíza Roberta Steindorff Malheiros, determinou a suspensão da divulgação dos resultados por meio de uma liminar, ao entender que a pesquisa possuía “vícios” de apuração e estava “eivada de ilegalidades que prejudicariam sua legitimidade.”
Essas divergências nas pesquisas eleitorais em Sumaré não apenas levantam questionamentos sobre a precisão dos dados, mas também lançam dúvidas sobre a transparência e a integridade do processo eleitoral na região. A repercussão dessas discrepâncias poderá impactar a confiança do eleitorado nas pesquisas futuras e gerar discussões sobre a necessidade de regulamentação mais rigorosa para a realização e divulgação de tais estudos.