A Prefeitura de Paulínia enfrenta críticas após impedir posse de Cíntia Patrícia Reis, mulher autista aprovada como professora por reserva de vagas PCD, mesmo com laudos médicos favoráveis.

Cíntia passou por avaliação médica realizada por uma equipe multidisciplinar composta por cinco especialistas com formação específica em autismo, incluindo o diagnóstico de autismo feminino, uma condição frequentemente invisibilizada por profissionais sem capacitação adequada. Todos os laudos atestaram sua aptidão para o cargo.
No entanto, no momento da convocação para a posse, a candidata foi submetida a uma nova avaliação por um médico contratado diretamente pela prefeitura. Em apenas 30 minutos, esse profissional desconsiderou os laudos anteriores e concluiu que Cíntia não se enquadrava como pessoa com deficiência, resultando na exclusão da lista de PCDs e na suspensão da posse, mesmo com seu nome publicado no Diário Oficial desde 10 de abril.
“A candidatura da Cíntia está respaldada por cinco laudos legítimos, emitidos por profissionais com formação adequada. O fato dela ser mulher e autista não compromete sua capacidade de exercer a função para a qual foi aprovada. O que se espera da administração pública é acolhimento, não exclusão”. Fátima de Kwant, jornalista e ativista
O caso evidencia a necessidade urgente de maior preparo técnico nas comissões de avaliação funcional e da inclusão de profissionais especializados em neurodiversidade nos processos seletivos públicos. Além disso, reforça a importância de políticas públicas que respeitem e garantam os direitos das pessoas com deficiência, eliminando barreiras institucionais e discriminações veladas.
A comunidade autista, incluindo moradores de Paulínia e cidades vizinhas como Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia, acompanha atentamente o caso, reivindicando que prevaleçam a legalidade, a justiça e o respeito à diversidade na condução do processo.
Fonte: Da redação