Paulínia pode perder R$ 781 mil da Lei Aldir Blanc por não ter utilizado os recursos disponíveis até julho de 2025. A falta de gestão na cultura ameaça novos repasses e o futuro do setor na cidade da Região Metropolitana de Campinas.
A classe artística de Paulínia, na Região Metropolitana de Campinas, enfrenta apreensão com o risco de perder cerca de R$ 781 mil da Lei Aldir Blanc, recursos recebidos entre 2023 e 2024, por falta de utilização até o início de julho de 2025. A ausência de justificativa convincente ao Ministério da Cultura pode excluir o município das próximas etapas do programa federal, configurando um retrocesso para o setor cultural local.
Os recursos foram conquistados na gestão anterior, porém, desde o começo do atual governo municipal, não houve movimentação concreta para dar continuidade ao projeto. A cidade não possui um Conselho Municipal de Cultura nem um fundo específico para o setor, comprometendo a estrutura necessária para a gestão democrática e transparente das políticas públicas culturais.
Como consequência, artistas e produtores culturais permanecem à margem das decisões, sem acesso às verbas e sem canais efetivos de diálogo.
O abandono do setor cultural é simbolizado pelo Theatro Municipal de Paulínia, um dos principais equipamentos culturais da cidade, que segue fechado e sem previsão de reabertura. Este espaço, que valoriza a arte e cultura local, hoje representa o descaso com um setor que já teve papel de destaque na cidade.
A falta de ações concretas e o excesso de promessas não cumpridas evidenciam o descompasso entre a realidade da comunidade cultural e o que a atual administração entrega.
Em nota oficial, a Prefeitura de Paulínia informou ter firmado o termo de adesão à nova etapa da Lei Aldir Blanc e prometeu lançar um novo edital ainda neste semestre. A administração também destacou a criação da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Eventos como avanço institucional.
Contudo, enquanto não houver aplicação efetiva dos recursos e escuta real aos artistas, essas medidas permanecem como anúncios vazios.
O tempo para agir está se esgotando. A cultura em Paulínia precisa de respeito, investimento e prioridade, não apenas discursos. É urgente que a gestão municipal adote uma postura firme, responsável e sensível diante da riqueza cultural da cidade.
Caso contrário, estará em risco não apenas um repasse financeiro, mas o futuro de uma cultura que clama por socorro.
Este cenário em Paulínia também reflete preocupações para municípios vizinhos da Região Metropolitana de Campinas, como Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia, que acompanham o desenvolvimento das políticas culturais na região com atenção, dada a importância do setor para o fortalecimento da identidade local e geração de oportunidades.
Fonte: Da redação