O Padre Renato de Moura Petrocco, pároco da Paróquia São Apóstolo na região do Picerno usou o Instagram para fazer críticas à Prefeitura Municipal de Sumaré durante as celebrações do aniversário da cidade.
Dia 26 de Julho Sumaré celebrou 156 anos. Nesta mesma data, em 1868, foi erguida uma capela em homenagem à Nossa Senhora de Sant’Ana, padroeira da cidade, que foi o marco de fundação do município.
Durante a celebração do aniversário da cidade também aconteceu a Marcha Para Jesus, evento voltado ao público evangélico. Segundo o Pe. Renato o fato de a prefeitura ter dado apoio à Marcha, mas não ter dado a devida atenção às celebrações da padroeira da cidade poderia indicar um certo descaso com a Igreja Católica na cidade.
Nas palavras do religioso, “(…) é sim muito importante que o poder público apoie iniciativas religiosas que proporcionam aos seus cidadãos momentos bons, que elevam o espírito e ajudam a construir uma cidade mais justa e fraterna(…)”, mas ao mesmo tempo era “uma pena que a Igreja Católica Apostólica Romana de nossa cidade tenha que mendigar um mínimo para nossas missas e eventos”.
Ainda segundo o religioso, além do dia da padroeira existem outros eventos que “não são só religiosos, mas culturais” como Corpus Christi e Nossa Senhora Aparecida. Ainda completa “somos 10 paróquias e somos ignorados ou recebemos migalhas”.
Para finalizar, Renato diz que “a cidade de Sumaré foi edificada sob a fé desse povo e tal evento com mega estrutura no dia da padroeira da cidade, a senhora Santana, é uma demonstração pública de descaso e desrespeito conosco”.
O pároco ainda questiona o porquê, segundo sua própria opinião, a prefeitura daria preferência à uma religião em detrimento de outra.
O debate levantou questionamentos nas redes sociais sobre o quanto o poder público deve financiar ou participar de eventos religiosos. Também foi questionada a participação de políticos em tais eventos.
A questão é que sendo o Brasil um Estado Laico e ao mesmo tempo tendo uma diversidade religiosa tão grande, quando trata-se das relações entre o poder público e a religião, o assunto pode ser bem delicado.