A Auto Viação Ouro Verde, responsável pelo transporte público em Sumaré desde 2008, processa a Prefeitura alegando desequilíbrio financeiro no contrato de concessão, solicitando reajustes tarifários que podem chegar a R$ 9.
O transporte público de Sumaré, frequentemente criticado pela população, está agora em uma disputa judicial. A Auto Viação Ouro Verde, concessionária do serviço desde 2008, decidiu acionar a Prefeitura, alegando um desequilíbrio financeiro no contrato de concessão. A empresa afirma que o município não tem realizado os reajustes tarifários previstos, resultando em um rombo milionário nos cofres da operadora.
De acordo com a ação judicial, o custo por passageiro chegou a R$ 5,17, enquanto a tarifa cobrada era de apenas R$ 3,20, resultando em um déficit de mais de R$ 600 mil por mês em março de 2020. A situação se agravou com a pandemia e a queda drástica no número de usuários.
A Ouro Verde relatou que tentou negociar com a administração municipal, solicitando subsídios e apoio emergencial, mas não obteve resposta. Além disso, entre 2020 e 2024, apresentou propostas de reajuste tarifário com base em estudos técnicos, sugerindo valores entre R$ 7,23 e R$ 9 por passagem. Esses valores são considerados impraticáveis para os trabalhadores de Sumaré, em um cenário de aumento do custo de vida.
A empresa também busca que a Justiça obrigue a Prefeitura a aplicar os reajustes automaticamente e a indenizá-la pelos prejuízos acumulados. No processo, a Ouro Verde afirma estar aberta à conciliação, mas exige garantias de que os aumentos futuros sejam realizados regularmente e que, caso a tarifa continue defasada, o município arque com a diferença com recursos públicos.
O problema é que esse subsídio exigido surge em um momento crítico, quando o prefeito Henrique do Paraíso tenta reorganizar uma cidade em dificuldades financeiras, herdando uma série de problemas da gestão anterior, como rombos previdenciários e salários atrasados.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a Ouro Verde leva a Prefeitura à Justiça. Em um processo anterior, a empresa já havia vencido em primeira instância, cobrando perdas entre 2014 e 2019, um período marcado pela inércia de gestões anteriores que, ao invés de resolver os problemas do transporte público, preferiram deixá-los para o sucessor.
O transporte coletivo de Sumaré sempre enfrentou dificuldades, com ônibus lotados, atrasos e falta de integração. Prefeitos anteriores evitaram dialogar com a população ou buscar novas soluções, até que a conta chegou.
Agora, Henrique enfrenta um dilema: assumir um subsídio significativo em tempos de escassez ou permitir que a tarifa aumente, penalizando quem depende do transporte público para trabalhar. Ambas as opções são desafiadoras, mas a responsabilidade recai sobre quem decidiu não fugir do problema.
Fonte: Da Redação