quarta-feira, 9 julho, 2025
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Neuropsicóloga do Instituto Unicamente recomenda menos telas e mais brincadeiras nas férias

Com a chegada das férias escolares, a neuropsicóloga Beatriz Filliettaz, do Instituto Unicamente, orienta pais a limitar o tempo de tela das crianças e incentivar atividades que promovam a interação social e o desenvolvimento saudável.

A temporada de férias escolares é um momento em que as crianças dispõem de mais tempo livre para brincar e interagir com amigos e familiares. No entanto, o aumento do uso de dispositivos digitais pode prejudicar esse contato com o mundo real.

A neuropsicóloga Beatriz Filliettaz, fundadora do Instituto Unicamente, especializado em desenvolvimento infantil, alerta para a necessidade de estabelecer limites no uso de celulares, tablets e computadores, incentivando brincadeiras fora das telas para favorecer o desenvolvimento saudável da criança.

Beattriz Filliettaz – neuropsicóloga

“Percebemos que as crianças brincam cada vez menos porque estão imersas no mundo digital, o que pode afetar o desenvolvimento infantil de várias maneiras. A tela tem muita cor, muito estímulo, mas a criança fica totalmente envolvida nessa questão mais visual e auditiva. E como ficam as outras sensações? O tato, o paladar, sentir o vento, a terra, a grama, as diferentes texturas que o ambiente real proporciona? No virtual, não há interação olho no olho, nem troca afetiva. Por isso, é urgente que os pais incentivem os filhos a brincar fora das telas. Apesar dos benefícios trazidos pela tecnologia, é fundamental aprender a usá-la com equilíbrio desde cedo”. Beatriz Filliettaz

Estudos indicam que o contato excessivo com telas, principalmente na primeira infância (zero a seis anos), pode prejudicar o desenvolvimento da fala, da interação social e da aprendizagem. Além disso, há impacto na qualidade do sono e agravamento de transtornos emocionais como depressão e ansiedade.

“O ideal seria que antes dos três anos de idade a criança não tivesse nenhum contato com telas. Esse período é o ápice do desenvolvimento infantil. É quando, por meio da interação com os adultos cuidadores, ela construirá habilidades que servirão de base para a vida toda. As crianças aprendem enquanto exploram o mundo à sua volta, ao mesmo tempo que estabelecem relações seguras e afetivas com adultos e outras crianças”. Beatriz Filliettaz

Para promover um desenvolvimento equilibrado durante as férias, Beatriz recomenda que os cuidadores incluam na rotina dos filhos atividades que exijam interação social, como brincadeiras ao ar livre, esportes e jogos em grupo.

“É preciso ter consciência e se esforçar para envolver a criança em atividades com outras crianças. O tempo nas telas tem que ser controlado. Sabemos que os pais estão atarefados, trabalham fora, mas a criança precisa de um momento para brincar com a família e amiguinhos para que haja troca afetiva”. Beatriz Filliettaz

Além disso, a neuropsicóloga sugere que os pais transformem tarefas domésticas em momentos lúdicos, como lavar louça junto com a criança, tornando-a parte ativa da dinâmica familiar, o que é mais saudável do que deixá-la distraída diante de telas.

Limites recomendados pela ABP para o uso de telas

A Associação Brasileira de Pediatria (ABP) orienta limites de tempo diante das telas para garantir o desenvolvimento infantil saudável:

  • 0 a 2 anos: evitar qualquer exposição a telas, incluindo vídeos e jogos.
  • 2 a 5 anos: limitar o tempo a 1 hora por dia, com acompanhamento de um adulto para mediação do conteúdo.
  • 6 a 10 anos: máximo de 1 a 2 horas por dia, com supervisão.
  • 11 a 18 anos: máximo de 2 a 3 horas diárias, com orientação dos responsáveis.

Também é recomendado evitar telas durante as refeições e pelo menos uma hora antes de dormir, para melhorar a qualidade do sono e a relação com a alimentação. Crianças menores de 12 anos não devem possuir telefones celulares próprios, e o acesso às redes sociais deve ser sempre acompanhado pelos pais, respeitando a classificação indicativa dos conteúdos.

“A pergunta sobre o tempo de uso da tela entrou na nossa anamnese quando recebemos uma criança para tratamento no Instituto. Queremos saber quanto tempo o mundo digital está tomando da rotina dessa criança porque sabemos que o excesso prejudica o desenvolvimento neurocognitivo, emocional e social”. Beatriz Filliettaz

Dicas para incentivar brincadeiras fora das telas nas férias

  • Promova atividades ao ar livre, como piqueniques em parques ou praças, andar de bicicleta e jogar bola.
  • Estimule jogos de tabuleiro e cartas, como damas, dominó, quebra-cabeça e jogos de cartas, que desenvolvem habilidades cognitivas e sociais.
  • Incentive atividades manuais, como pintura, desenho, modelagem com massinha e confecção de brinquedos com materiais reciclados, para estimular coordenação motora e criatividade.
  • Realize sessões de contação de histórias para promover interação familiar, diversão e imaginação.
  • Convide a criança a participar da culinária, auxiliando no preparo das refeições com supervisão.
  • Estimule momentos sem telas durante refeições, passeios e brincadeiras para fortalecer vínculos e criar memórias afetivas.
  • Converse com seu filho para estabelecer limites de tempo diante das telas, respeitando a idade.

Essas orientações são especialmente relevantes para famílias das cidades da Região Metropolitana de Campinas onde o Instituto Unicamente atua, reforçando a importância do equilíbrio entre tecnologia e interação social para o desenvolvimento infantil saudável.

Fonte: Boa Prosa Comunicação

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