quinta-feira, 17 julho, 2025
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Monte Mor aprova pagamento a servidores afastados por investigação administrativa

A Câmara de Monte Mor aprovou o PLC nº 3/2025 garantindo salário a servidores afastados cautelarmente por até 60 dias durante investigações. A medida, aprovada por unanimidade, visa respeitar a presunção de inocência e adequar a lei municipal à Constituição Federal.

A Câmara Municipal de Monte Mor aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 3/2025, de autoria da Prefeitura, que assegura o pagamento de salários a servidores públicos afastados cautelarmente de suas funções durante investigações administrativas. Essa alteração modifica o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais (Lei Complementar 4/2006), que antes previa o afastamento sem remuneração nesses casos.

Com a nova redação, os funcionários afastados por até 60 dias, para evitar interferências no processo administrativo disciplinar — caracterizado como medida cautelar e não punitiva — continuarão recebendo seus vencimentos normalmente. A proposta foi aprovada em regime de urgência especial na sessão ordinária realizada na segunda-feira (30) e teve apoio unânime dos vereadores.

Segundo o prefeito Murilo Rinaldo, o projeto busca adequar a legislação municipal à Constituição Federal, respeitando os princípios do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência.

A suspensão do pagamento durante o afastamento viola as garantias constitucionais. Até a decisão definitiva, deve prevalecer a presunção de inocência e a irredutibilidade dos vencimentos. Murilo Rinaldo, prefeito de Monte Mor

O vereador Professor Adriel (PDT), relator do projeto, reforçou esse entendimento em seu parecer favorável:

A justificativa fundamenta-se na jurisprudência dominante do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, segundo a qual o afastamento cautelar não possui caráter punitivo. A suspensão da remuneração antes da conclusão do processo, sem trânsito em julgado, violaria princípios constitucionais. Professor Adriel, vereador e relator do projeto

A proposta recebeu emendas do próprio relator — uma modificativa e outra supressiva — que ajustaram trechos para maior clareza e adequação jurídica. Além de Adriel, os vereadores Wal da Farmácia (PSB), Bruno Leite (União Brasil), Andrea Garcia (PSD) e o presidente da Casa, Beto Carvalho (PP), defenderam a iniciativa em plenário, ressaltando a importância de proteger os direitos do funcionalismo público.

Apesar do consenso entre os parlamentares, a medida suscita debate. Garantir o pagamento integral a servidores afastados por suspeitas de irregularidades evita injustiças contra inocentes, porém pode permitir que agentes eventualmente culpados continuem recebendo sem trabalhar por períodos que se estendam conforme a duração das investigações.

A proposta aposta na presunção de inocência, mas evidencia um dilema comum na gestão pública: equilibrar a proteção dos direitos individuais com o uso responsável dos recursos públicos. Se, por um lado, é fundamental garantir que inocentes não sejam punidos antecipadamente, por outro, é legítimo questionar o pagamento a servidores que, ao final do processo, possam ser considerados culpados.

A discussão sobre a medida deve continuar. Caberá à administração municipal de Monte Mor garantir celeridade nos processos e transparência nas apurações, para que os direitos dos servidores e o interesse público caminhem juntos.

Esta decisão impacta não apenas Monte Mor, mas também a Região Metropolitana de Campinas, incluindo cidades próximas como Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia e Paulínia, onde servidores públicos e moradores acompanham as políticas locais relacionadas à gestão e transparência pública.

Fonte: Da redação

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