quarta-feira, 5 fevereiro, 2025
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Janeiro Branco: A Importância do Suporte Emocional no Tratamento Oncológico

A campanha Janeiro Branco tem especial importância na oncologia por promover a necessidade da atenção emocional e incentivar a busca pela ajuda profissional para lidar com emoções e sentimentos. A relação entre saúde mental e câncer é complexa e bidirecional. Estudos indicam que o estresse severo e a depressão podem influenciar o curso do tratamento e comprometer a resposta do paciente, além de interferir na detecção precoce da doença.

A revista News-Medical publicou um artigo em maio passado destacando que pacientes com transtornos psicológicos tendem a realizar menos exames de rastreio, o que atrapalha a identificação da doença em fase inicial e afeta negativamente o prognóstico.

O oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas, reforça que o estresse e a depressão são capazes de afetar o sistema imunológico e alterar a resposta do organismo ao tratamento, tendo como uma das consequências o risco aumentado de complicações.

“O diagnóstico de câncer e o tratamento geram uma série de desafios físicos e emocionais, como ansiedade, medo e tristeza. A incerteza sobre o futuro, as mudanças físicas e as dificuldades do tratamento influenciam a saúde mental do paciente, de seus familiares e dos cuidadores”, observa o médico.

A campanha Janeiro Branco ajuda os pacientes oncológicos de diferentes maneiras, aponta Medina. “Ao promover a importância de cuidar da saúde mental, a ação incentiva a busca por ajuda profissional e o diálogo aberto sobre emoções e sentimentos. Uma campanha criada para combater o estigma associado às doenças mentais motiva pacientes com câncer a buscar apoio sem medo de julgamentos”, detalha.

Como enfrentar a doença? Fernando Medina destaca as principais orientações para ajudar as pessoas com câncer a superar a pressão psicológica e os dilemas emocionais que acompanham a doença. A principal delas, diz, é buscar apoio profissional.

“Psicólogos e psiquiatras podem oferecer suporte emocional e ajudar a lidar com os desafios do câncer. Também converse com seus familiares e amigos. Compartilhe seus sentimentos e preocupações com pessoas de confiança. Participe de grupos de apoio. Conectar-se com outras pessoas que passam por experiências semelhantes pode ser reconfortante e encorajador”, orienta.

O oncologista recomenda ainda a prática de atividades relaxantes como ioga, meditação, exercícios de respiração e outras técnicas de relaxamento que colaboram com a redução do estresse e da ansiedade. Medina aponta também uma rotina de saúde como sendo essencial. “Mantenha hábitos saudáveis: alimente-se bem, durma o suficiente e pratique exercícios físicos regularmente”.

A psico-oncologia, direcionada ao atendimento de pacientes com câncer, integra a lista de especialidades do atendimento multidisciplinar oferecido pelo Centro de Oncologia Campinas. Dentre as atribuições do profissional estão dar suporte emocional para o paciente expressar seu sofrimento diante do diagnóstico da doença, compreender o momento e lidar da melhor forma com as mudanças e adaptações impostas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia, a assistência do psico-oncologista deve ser disponibilizada em todas as fases do acompanhamento ao paciente, incluindo intervenções relacionadas à prevenção, ao diagnóstico, aos tratamentos, à reabilitação e, nos casos de doença sem possibilidade de cura, aos cuidados paliativos e processo de finitude.

A psico-oncologista Ana Luiza Nobile Cassiani, do Centro de Oncologia Campinas, salienta que cuidar da saúde mental durante o tratamento oncológico é fundamental tanto para o paciente quanto para a sua rede de apoio. “O câncer tem grande impacto no corpo. Afeta a autoestima e promove mudanças psicológicas que exigem cuidados e envolvem também os que estão em volta”, observa.

“Quando um paciente é diagnosticado, aquele mundo presumido, o mundo que era conhecido até então, desaparece. Surgem a relação entre o câncer e as perdas e a sensação de que tudo aquilo que estava previsto para a vida está ameaçado”, prossegue.

A saúde mental vai além de aliviar sintomas emocionais, destaca Ana Luiza. Ela conecta o cuidado físico ao emocional. Promove uma base sólida para que o paciente se sinta amparado e fortalecido. “É esse equilíbrio que mantém viva a esperança e contribui para uma jornada mais leve e humana, mesmo nos momentos mais desafiadores”, acrescenta.

Fonte: Sigmapress Assessoria de Comunicação

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