O Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU), da Unicamp em Campinas, destaca-se no tratamento pelo SUS dos cânceres de cabeça e pescoço, que são o quinto mais comum no Brasil. A campanha Julho Verde reforça que a detecção precoce pode garantir cura em mais de 90% dos casos.
No Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU), vinculado à Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp em Campinas, o atendimento especializado pelo SUS oferece recursos modernos para diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação dos pacientes, beneficiando também moradores de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia e Paulínia.
Especialistas do IOU destacam três das principais áreas onde os cânceres de cabeça e pescoço são mais incidentes: laringue, cavidade oral e tireoide, além dos tumores de pele na região. Eles explicam sinais de alerta, fatores de risco, formas de prevenção e avanços no diagnóstico e tratamento, ressaltando a importância do atendimento precoce, acessível e de qualidade, realidade oferecida pelo Instituto via SUS.
Laringe – Rouquidão é alerta
“A rouquidão persistente por mais de duas semanas é o principal sinal de alerta para o câncer de laringe” professor Agrício Crespo, presidente do IOU e titular do Departamento de Otorrinolaringologia da Unicamp
“Principalmente se for um homem com mais de 45 anos, fumante ou que consome bebidas alcoólicas, esse sintoma merece atenção imediata”.
O câncer de laringe é o segundo mais comum entre os tumores de cabeça e pescoço, com o fumo como maior fator de risco, potencializado pelo consumo de álcool.
“Diagnosticar cedo é crucial: quando o tumor é detectado no início, as chances de cura passam de 90%. A cirurgia é minimamente invasiva, feita por via endoscópica, sem dor e com alta hospitalar em menos de 24 horas” Dr. Agrício
Por outro lado, o diagnóstico tardio pode exigir uma laringectomia total, cirurgia mutilante que retira completamente a laringe.
“O paciente perde a voz natural e passa a respirar por um orifício no pescoço, impactando profundamente sua vida social, emocional e profissional” o médico responsável
O IOU foi pioneiro no Brasil em oferecer, também pelo SUS, a reabilitação vocal com próteses fonatórias, válvulas que permitem ao paciente reaprender a falar. Além disso, foi o primeiro serviço público do país a realizar cirurgias endoscópicas a laser para câncer de laringe, tecnologia que evita traqueostomia e uso de sonda alimentar, promovendo recuperação mais rápida e melhor qualidade de vida.
Sinais na boca: feridas que não cicatrizam, sangramentos ou caroços
O câncer de boca pode surgir em diversas áreas – língua, gengivas, assoalho bucal, palato duro, lábios e bochechas –, sendo a língua (sobretudo as bordas laterais) e o assoalho da boca os locais mais frequentemente afetados.
“Uma ferida que não cicatriza em 15 dias, especialmente em fumantes e homens acima dos 40 anos, já deve ser investigada como possível câncer” cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Carlos Takahiro Chone, coordenador do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e da Cirurgia de Base de Crânio do IOU
Ele destaca ainda que má higiene bucal, uso de próteses mal ajustadas e alimentação pobre em frutas e legumes aumentam o risco da doença, que registra cerca de 15 mil novos casos por ano no Brasil.
“Infelizmente, 75% a 80% dos pacientes chegam ao sistema de saúde em estágios avançados, reduzindo drasticamente as chances de cura” Dr. Carlos Takahiro Chone
No IOU, além da equipe cirúrgica altamente qualificada, o acompanhamento inclui fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas e fisioterapeutas para minimizar sequelas funcionais como dificuldades na fala, deglutição ou mastigação.
Câncer de tireoide e de pele são silenciosos
Entre os tumores malignos que mais crescem entre as mulheres, o câncer de tireoide chama atenção por ser muitas vezes descoberto acidentalmente.
“Na maioria das vezes, o paciente faz um exame de imagem por outro motivo e é identificado um nódulo” coordenador do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Departamento de Cirurgia da Unicamp, Dr. Alfio Tincani
O tipo mais comum é o carcinoma papilífero, altamente curável.
“A principal forma de tratamento é a cirurgia, com grandes chances de cura quando o diagnóstico é precoce. Em muitos casos, uma cirurgia parcial já é suficiente”
O câncer de pele na região da cabeça e pescoço, especialmente em áreas expostas como orelhas, nariz e couro cabeludo, é causado principalmente pela exposição solar sem proteção.
“Manchas ou pintas que mudam de cor, crescem, coçam, doem ou sangram devem ser avaliadas por um médico”
O IOU atende inúmeros casos e realiza reconstruções complexas quando o diagnóstico tardio exige cirurgias mais extensas.
Campanha que salva vidas
Campanhas como o Julho Verde são essenciais para lembrar a população que sinais aparentemente simples, como uma pinta diferente, uma ferida que não cicatriza ou uma rouquidão persistente, podem ser os primeiros alertas de um câncer.
“Informar salva vidas” Dr. Agrício Crespo
“Quem vê no começo pode mudar o final.”
A estrutura do IOU, em parceria com o Hospital de Clínicas da Unicamp, é referência nacional no tratamento desses tumores, tanto pela excelência técnica quanto pelo acesso via SUS.
“Nosso compromisso é garantir que os pacientes tenham acesso ao que há de mais moderno, sem custo, e com uma abordagem humanizada, desde o diagnóstico até a reabilitação” presidente do IOU
Serviço
Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço – IOU, Unicamp
Endereço: Av. José Roberto Magalhães Teixeira, 150, Campinas/SP
Fonte: AMZ Comunicação
Créditos: Matheus Campos