Neste domingo (18/5), o Instituto Unicamente realizou o treinamento ‘Autismo na Prática’ em Hortolândia, reunindo cerca de 60 participantes. O evento abordou a seletividade alimentar e a comunicação com crianças autistas, destacando a importância da brincadeira no desenvolvimento infantil.
Pais de crianças atípicas participaram do treinamento ‘Autismo na Prática’, promovido pelo Instituto Unicamente, no Hotel Business Park, em Hortolândia. O evento contou com a presença de aproximadamente 60 pessoas, entre pais e profissionais que atuam com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Para tratar da seletividade alimentar, o Instituto convidou a Dra. Thais Ferrari, nutricionista especialista em TEA. Durante o treinamento, ela abordou a principal dúvida dos pais: como lidar com a recusa de certos alimentos, seja pela cor, sabor ou textura? A nutricionista enfatizou a importância da paciência e da apresentação gradual dos alimentos, explicando que “a criança tem que provar o alimento, tocá-lo, sentir o cheiro, interagir, tolerar e, finalmente, comer”.
Thais destacou que a brincadeira é um recurso crucial na terapia alimentar. “Os pais podem cozinhar junto com a criança ou criar uma horta para que ela se sinta estimulada a saborear o alimento que plantou. Na clínica, dou superpoderes aos alimentos. Recentemente, dei ao limão o superpoder da careta, fazendo com que a criança quisesse provar para brincar”, contou. Ela também ressaltou a necessidade de um atendimento multidisciplinar em casos mais desafiadores.
“Nosso principal objetivo com essa palestra é trazer a alimentação de uma forma respeitosa para crianças atípicas com seletividade alimentar, permitindo que elas se desenvolvam de maneira saudável e tranquila”, comentou a especialista.
Além das questões alimentares, os pais também aprenderam a se comunicar melhor com seus filhos que utilizam a comunicação não-verbal. A Dra. Renata Bertagnoli, fonoaudióloga especialista em linguagem, apresentou a palestra “Como falar com a criança que não fala?” Renata, autora do método Orienta Mamãe para estimulação da fala, destacou que a brincadeira é uma ferramenta poderosa para estimular a fala em crianças atípicas. “O normal é que crianças comecem a falar entre um ano e um ano e meio de idade. De cada 10 crianças que chegam ao meu consultório, oito não têm estimulação dos pais para falar”, alertou.
Ela recomendou que os pais estimulem o contato visual com a criança e evitem distrações como telas, que dificultam a comunicação. “Digo aos pais que é preciso desligar a Galinha Pintadinha e ir para o chão brincar com os filhos”, enfatizou.
O desenvolvedor de software Vitor Saes, pai de Davi, 7 anos, que é atendido pelo Instituto Unicamente, elogiou o treinamento. “Achei o treinamento bastante produtivo e didático, com temas fundamentais. Na parte de comunicação, ficou claro como entender e valorizar a linguagem não-verbal da criança que não fala”, comentou Vitor.
A terapeuta ABA e psicopedagoga Cristiane Mendes Fogassa, residente em Hortolândia, participou do treinamento para aprimorar seus conhecimentos. “As palestras de hoje vão agregar muito no meu dia a dia de trabalho. Esse treinamento deveria ser requisito básico nas escolas”, afirmou Cristiane.
A neuropsicóloga Beatriz Filliettaz, fundadora do Instituto Unicamente, anunciou planos para levar o treinamento às escolas do município, visando ajudar profissionais da educação a lidarem com alunos com TEA. “Nosso objetivo é oferecer informação prática para pais e professores, abordando temas que impactam a rotina das crianças e suas famílias”, concluiu Beatriz.
Sobre o Instituto Unicamente: O Instituto Unicamente é uma clínica especializada em atendimento infantil nas áreas de psicologia, neuropsicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, com unidades em três cidades da Região Metropolitana de Campinas: Campinas, Hortolândia e Monte Mor. O Instituto utiliza a terapia ABA, reconhecida para o desenvolvimento neurocognitivo de crianças com TEA, e está preparado para ajudar no desenvolvimento de crianças com transtornos de aprendizagem, deficiência intelectual, TDAH, entre outros distúrbios comportamentais, oferecendo acolhimento humanizado e orientação aos familiares.
Fonte: Boa Prosa Comunicação