Após pressão popular e protestos em Sumaré, o governador Tarcísio de Freitas garantiu que o Hospital Estadual de Sumaré continuará sob a gestão da Unicamp via Funcamp, regularizando o contrato conforme determinação do TCE-SP.
Em pronunciamento oficial, Tarcísio explicou que o processo de chamamento público teve como finalidade regularizar a situação jurídica da gestão hospitalar, atendendo à exigência do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).
“Foi feito um chamamento público para a gente pegar uma organização social de saúde e ter um contrato de gestão para deixar a situação regular, conforme foi determinado pelo Tribunal de Contas do Estado. A Funcamp foi a organização que apresentou proposta. Isso quer dizer que quem vai fazer a gestão do Hospital de Sumaré é a Unicamp, como já vem fazendo, só que agora com contrato de gestão totalmente regular”. Governador Tarcísio de Freitas
Apesar do desfecho positivo, a crise evidenciou o silêncio da Câmara Municipal de Sumaré diante da ameaça de privatização do HES. Mesmo com o risco real de perda da gestão pela Unicamp, a maioria dos vereadores optou por não se manifestar.
Em contraponto, a permanência da Unicamp no HES contou com forte apoio político regional. O prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (Republicanos), mesmo do mesmo partido do governador, posicionou-se publicamente em defesa da continuidade da universidade na gestão do hospital.
Deputados federais Jonas Donizette (PSB) e Carlos Zarattini (PT), deputados estaduais Ana Perugini (PT) e Simão Pedro (PT), além das vereadoras campineiras Fernanda Souto (PSOL) e Mariana Conti (PT), também atuaram contra a privatização.
Sindicatos e entidades da sociedade civil tiveram papel fundamental na mobilização, destacando-se o Sinsaúde (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Campinas e Região) e o Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL), que liderou os protestos estudantis da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Com o anúncio do governador, o Hospital Estadual de Sumaré segue sob gestão da Unicamp, agora com contrato formalizado dentro dos padrões legais exigidos.
Embora a decisão represente um alívio para a região, o episódio reforça a necessidade de vigilância constante e atuação firme dos representantes políticos para garantir a saúde pública de qualidade, algo que nem todos demonstraram disposição em fazer.
O caso do HES deixa uma lição clara: a defesa da saúde pública depende da mobilização da população e do compromisso dos políticos locais e regionais para proteger serviços essenciais à comunidade.
Fonte: Da redação