Cuidados com a privacidade são fundamentais para garantir a segurança na web.
Imagine a infância de hoje, onde as brincadeiras não se limitam mais ao parque ou à rua, mas se estendem a um universo digital repleto de interações virtuais. No ano 2000, as orientações para as crianças eram simples: “não aceite doces de estranhos” e “não converse com desconhecidos na rua”. Contudo, na era das redes sociais e das crianças influenciadoras digitais, as recomendações precisam ser atualizadas para incluir dicas de segurança e privacidade na internet.
Neste artigo, vamos falar sobre a importância de reforçar os cuidados com a privacidade no digital, quais boas práticas adotar e como orientar os mais jovens sobre o uso adequado da internet.
Criança na Internet é Coisa Séria
Dados do TIC Kids Online Brasil 2022 mostram que 96,5% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos já acessaram a internet. Destes, 33,1% já enfrentaram situações ofensivas que os chatearam online. Isso indica que esses jovens precisam ser educados sobre segurança na web.
O tema é tão importante que a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um documento alertando sobre os riscos da exposição infantil excessiva. Entre os riscos estão o roubo de identidade, o cyberbullying e o uso de imagens e vídeos por pedófilos ou para fins comerciais. As consequências vão desde a perda da privacidade até problemas de saúde mental.
Sharenting: Já Ouviu Falar?
O termo “sharenting” une “share” (compartilhar) e “parenting” (parentalidade) e se refere à prática de publicar o dia a dia dos pequenos nas redes sociais. Quando feito de forma crítica e consciente, é uma ótima maneira de compartilhar a evolução da criança com amigos e familiares. Porém, se não houver critérios, pode representar um risco à sua segurança.
Checklists para Reforçar a Segurança na Web
Compartilhar memórias dos filhos online ou criar perfis para os pequenos nas redes sociais é comum e, provavelmente, um caminho sem volta. No entanto, é possível fazer isso de maneira mais segura. Abaixo, você encontrará recomendações para ajudar pais e filhos a se protegerem na internet:
Para os Pais:
- Evite publicar imagens da criança com pouca ou nenhuma roupa.
Por quê: Protege contra uso indevido. - Evite compartilhar imagens que identifiquem escolas, cursos, academias, etc.
Por quê: Evita que seja possível localizar a criança. - Opte por publicar imagens dos pequenos em redes restritas a amigos e familiares.
Por quê: Permite um controle melhor sobre quem tem acesso às informações. - Antes de publicar, pergunte-se: “isso pode constranger meu filho no futuro?”
Por quê: Pode evitar problemas de saúde mental na criança. - Fique de olho no que seus filhos estão fazendo online e com quem têm contato.
Por quê: Permite protegê-los e educá-los melhor.
Para Proteger os Filhos:
- Converse sobre os riscos à sua segurança na internet.
Por quê: O diálogo aberto permite que eles compartilhem o que vivem online. - Explique sobre bullying, discurso de ódio, fake news, sexualidade, entre outros.
Por quê: Prepara as crianças para lidar com situações desafiadoras. - Limite o tempo de tela de crianças e adolescentes.
Por quê: O acesso irrestrito os deixa mais vulneráveis aos perigos da internet. - Se necessário, use aplicativos para mediar os conteúdos que seus filhos acessam.
Por quê: Permite uma supervisão mais próxima. - Incentive atividades longe das telas, como brincadeiras e esportes.
Por quê: Diversificar atividades é benéfico para a saúde física e mental.
Não existe um manual sobre como educar os filhos, e não é possível protegê-los de tudo, seja na web ou fora dela. Contudo, é possível prepará-los melhor para situações comuns do dia a dia, como o contato com pessoas fora do círculo familiar ou conteúdos inapropriados para sua idade.
Fontes: TIC Kids Online Brasil, Sociedade Brasileira de Pediatria, Instituto Brasileiro de Direito da Família