segunda-feira, 14 julho, 2025
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Estudantes da Unicamp iniciam greve em Sumaré contra privatização do Hospital Estadual

Estudantes de Medicina da Unicamp iniciaram greve nesta segunda-feira (10) em defesa do Hospital Estadual de Sumaré (HES), protestando contra o possível rompimento do convênio e a privatização da gestão do hospital, que atende mais de 800 mil pessoas na região.

Os estudantes do curso de Medicina da Unicamp deram início oficial a uma greve nesta segunda-feira (10) como forma de protesto contra o possível rompimento do convênio entre a universidade e o Hospital Estadual de Sumaré (HES). A paralisação foi aprovada em Assembleia Geral organizada pelo Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL), com apoio crescente da comunidade acadêmica.

A greve ocorre em resposta ao avanço do chamamento público anunciado pelo governo estadual, que permitirá que empresas privadas disputem a gestão do hospital — que até então é coordenada pela Unicamp. Para os estudantes, essa medida representa uma tentativa clara de privatizar o HES, colocando em risco a qualidade dos serviços prestados à população da região de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Paulínia e demais cidades atendidas, além da formação acadêmica e profissional dos futuros médicos.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, os estudantes comemoraram a aprovação da greve e informaram que “não houve aula hoje” em diversos locais de estágio, incluindo o Hospital de Clínicas (HC), o campus da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e o próprio HES. Destacaram ainda que a luta ultrapassa os muros da universidade:

“Nós temos que ter unidade e juntar com os trabalhadores do HES, os trabalhadores da saúde, pela não privatização do hospital.” Estudantes da Unicamp

Além da paralisação das aulas, o movimento organizou diversas ações ao longo do dia, como jograis, reuniões com representantes discentes, encontros com comissões universitárias e uma nova assembleia geral. O objetivo é estruturar um comando de greve definitivo e articular novas frentes de mobilização, buscando apoio de outros cursos e setores da sociedade.

Um aspecto que chama atenção é o contraste entre a postura ativa dos estudantes — muitos deles vindos de fora da cidade de Sumaré — e o silêncio da Câmara Municipal local. Até o momento, os vereadores permanecem omissos diante da ameaça de privatização, evitando se posicionar publicamente ou cobrar providências do governador Tarcísio de Freitas. Essa omissão expõe uma parte da classe política local mais interessada em manter boas relações com o Palácio dos Bandeirantes do que em proteger a saúde pública de mais de 800 mil pessoas que dependem do HES em seis cidades da Região Metropolitana de Campinas.

A mobilização dos estudantes representa um ato de cidadania, defendendo não apenas a qualidade do ensino médico e da saúde pública, mas também enfrentando um projeto político que mira na privatização de serviços públicos, como CPTM, Sabesp, escolas técnicas, postos de saúde e agora o HES. Quando os representantes políticos eleitos se calam, cabe à sociedade ocupar esse espaço — e foi isso que os estudantes da Unicamp fizeram.

Se o hospital é de todos, como afirmam, é hora da população de Sumaré e região agir como proprietária. A participação da comunidade é fundamental para pressionar vereadores, deputados e o governador. A perda da Unicamp na gestão do HES não será apenas um problema acadêmico: será um golpe direto na saúde pública da região, e quem pagará essa conta será, como sempre, o povo.

Fonte: Da redação

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