Estudantes de Medicina da Unicamp iniciaram greve nesta segunda-feira (10) em defesa do Hospital Estadual de Sumaré (HES), protestando contra o possível rompimento do convênio e a privatização da gestão do hospital, que atende mais de 800 mil pessoas na região.
A greve ocorre em resposta ao avanço do chamamento público anunciado pelo governo estadual, que permitirá que empresas privadas disputem a gestão do hospital — que até então é coordenada pela Unicamp. Para os estudantes, essa medida representa uma tentativa clara de privatizar o HES, colocando em risco a qualidade dos serviços prestados à população da região de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Paulínia e demais cidades atendidas, além da formação acadêmica e profissional dos futuros médicos.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, os estudantes comemoraram a aprovação da greve e informaram que “não houve aula hoje” em diversos locais de estágio, incluindo o Hospital de Clínicas (HC), o campus da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e o próprio HES. Destacaram ainda que a luta ultrapassa os muros da universidade:
“Nós temos que ter unidade e juntar com os trabalhadores do HES, os trabalhadores da saúde, pela não privatização do hospital.” Estudantes da Unicamp
Além da paralisação das aulas, o movimento organizou diversas ações ao longo do dia, como jograis, reuniões com representantes discentes, encontros com comissões universitárias e uma nova assembleia geral. O objetivo é estruturar um comando de greve definitivo e articular novas frentes de mobilização, buscando apoio de outros cursos e setores da sociedade.
A mobilização dos estudantes representa um ato de cidadania, defendendo não apenas a qualidade do ensino médico e da saúde pública, mas também enfrentando um projeto político que mira na privatização de serviços públicos, como CPTM, Sabesp, escolas técnicas, postos de saúde e agora o HES. Quando os representantes políticos eleitos se calam, cabe à sociedade ocupar esse espaço — e foi isso que os estudantes da Unicamp fizeram.
Se o hospital é de todos, como afirmam, é hora da população de Sumaré e região agir como proprietária. A participação da comunidade é fundamental para pressionar vereadores, deputados e o governador. A perda da Unicamp na gestão do HES não será apenas um problema acadêmico: será um golpe direto na saúde pública da região, e quem pagará essa conta será, como sempre, o povo.
Fonte: Da redação