sexta-feira, 13 junho, 2025
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Estudantes da Unicamp entram em greve contra privatização do Hospital Estadual de Sumaré

Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp iniciaram greve em 9 de junho de 2025 contra o chamamento público que visa privatizar a gestão do Hospital Estadual de Sumaré, referência para mais de 800 mil moradores da região de Campinas.

A luta contra a possível privatização do Hospital Estadual de Sumaré (HES), atualmente sob gestão da Unicamp, ganhou um novo capítulo decisivo em junho de 2025. Em assembleia geral, estudantes da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, organizados pelo Centro Acadêmico “Adolfo Lutz” (CAAL), aprovaram a entrada em greve com 222 votos a favor e 45 contra, como forma de protesto ao chamamento público autorizado pelo governo do Estado para transferir a gestão do hospital à iniciativa privada.

O chamamento público foi liberado discretamente na noite de 8 de junho, em uma manobra considerada por opositores como covarde. Essa ação integra uma política mais ampla do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizações em setores essenciais, já aplicada em entidades como Sabesp, CPTM e unidades básicas de saúde.

A privatização do HES ameaça romper uma parceria de mais de duas décadas entre a Unicamp e o hospital, que é referência no atendimento para mais de 800 mil moradores de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Paulínia e cidades vizinhas. Além disso, o hospital é fundamental para a formação de estudantes e residentes da área da saúde.

Reconhecido como um dos melhores do Brasil, o HES destaca-se pela qualidade do atendimento, pesquisa e formação humanizada. Mensalmente, atende milhares de pacientes e oferece estágios para centenas de estudantes de Medicina, Enfermagem, Farmácia e outras áreas da saúde vinculadas à Unicamp.

Segundo estudantes e docentes envolvidos na mobilização, a perda do vínculo com a universidade representa um risco direto à qualidade da formação acadêmica e ao atendimento público, podendo resultar em precarização dos serviços, aumento de custos e demissões em massa.

Para se adequar ao modelo exigido pelo Tribunal de Contas do Estado, a Unicamp já adaptou sua fundação de apoio, a Funcamp, para operar como Organização Social (OS). No entanto, o governo estadual segue com o processo de chamamento público, ignorando os recursos apresentados pela universidade.

Enquanto isso, a Câmara Municipal de Sumaré tem se mantido majoritariamente silenciosa e rejeitado moções e projetos que buscavam pressionar o governo a manter a parceria com a Unicamp. Apenas um pequeno grupo de vereadores tem alertado para os riscos da mudança.

Além da greve, os estudantes buscam apoio de sindicatos, movimentos populares e outros centros acadêmicos para fortalecer a mobilização em defesa do SUS, do hospital e da qualidade do ensino médico. Docentes, estudantes e gestores da Unicamp têm realizado visitas e reuniões para dialogar sobre o tema e articular ações conjuntas, reforçando o compromisso com a manutenção do convênio e alertando para os impactos negativos da privatização.

A mobilização destaca que entregar o HES à iniciativa privada representa um retrocesso que coloca em risco a saúde pública da população da região de Campinas e a formação crítica e científica dos futuros profissionais de saúde, configurando um ataque direto à educação e aos serviços públicos essenciais.

Em resumo, a situação segue crítica, com a greve dos estudantes em curso desde 9 de junho de 2025, ampla mobilização da comunidade acadêmica e da população, e resistência às tentativas do governo estadual de privatizar a gestão do Hospital Estadual de Sumaré, um patrimônio público e símbolo da parceria entre universidade e saúde pública de qualidade.

Fonte: Da redação

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