A entrega dos kits escolares pela Prefeitura de Sumaré gerou controvérsia após denúncias de que algumas escolas estão orientando alunos a deixar parte do material na instituição. Relatos de pais indicam práticas distintas nas unidades de ensino, levantando preocupações sobre a transparência e a comunicação entre escolas e famílias.
A recente entrega dos kits escolares pela Prefeitura de Sumaré gerou uma situação controversa em algumas unidades de ensino da cidade. Segundo denúncias anônimas recebidas pelo Jornal Spasso Cidades, algumas escolas estariam orientando os alunos a deixarem parte do material na escola, levando para casa apenas uma seleção dos itens recebidos.
De acordo com o relato de uma mãe, na Escola Reino da Garotada, a professora solicitou apenas que ela assinasse uma lista de retirada, mas não disponibilizou uma relação prévia do que estava sendo entregue.
“Questionei como assinar o que não sabia o que vinha para conferir, pois ano passado veio uma lista com as quantidades. A resposta foi: ‘Esse ano é assim mesmo’. Meu outro filho, que estuda no Anchieta, ainda não recebeu o material, apenas os uniformes”, relatou.
Outra mãe, também sob anonimato, informou que, no 7º ano da Escola Anchieta, os alunos receberam a caixa fechada com o material, mas foram orientados a separar parte dos itens, deixando-os na escola.
“O aluno teve que abrir a caixa, separar o material e colocar o restante na sacola transparente para levar embora. O que ficou, foi organizado em caixas separadas pela professora”, disse. Ela destacou ainda que, na Escola Leandro, a entrega foi feita diretamente em uma sacola já montada, sem que o aluno tivesse acesso à caixa completa.
Por outro lado, um professor, que preferiu não se identificar, defende a prática de reter parte do material na escola.
“A questão é a finalidade das coisas, qual a finalidade do kit? Ficar em casa sem uso pedagógico? O modelo norte-americano e de muitos países mundo afora oferece armários individuais aos estudantes, onde a criança guarda seu material e o que sobra leva para casa ao final do ano letivo. Não vejo como um problema a escola utilizar parte do kit. Na minha escola mesmo teve isso. Vai da organização de cada escola. Querem fazer disso um problema do prefeito, e não é. Temos coisas mais importantes a serem discutidas na educação”, opinou.
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Educação esclareceu que “todos os kits escolares estão sendo regularmente entregues aos alunos da rede municipal, conforme planejamento pedagógico definido pela equipe técnica da Educação”. A pasta afirmou ainda que a orientação é clara: “os materiais pertencem aos alunos e devem ser levados para casa após a entrega”. Contudo, caso os pais ou responsáveis optem por deixar na escola itens de uso coletivo — como massinha de modelar, folhas sulfite e tinta guache, especialmente no caso da Educação Infantil — essa escolha é de livre critério das famílias, e não uma determinação da gestão escolar ou da Secretaria.
A nota reforça que “não há qualquer orientação institucional para retenção de materiais”. As escolas seguem pautadas pela transparência e pelo respeito à autonomia das famílias no uso dos itens entregues.
Embora a Secretaria de Educação afirme que a entrega integral é a orientação oficial, os relatos apontam para práticas distintas adotadas por algumas escolas. A situação evidencia a necessidade de maior clareza na comunicação entre as unidades de ensino, as famílias e a administração pública, para que não haja dúvidas sobre direitos e deveres no uso dos kits escolares.
Fonte: Da redação