As doenças ocupacionais, como problemas de coluna e síndrome de burnout, são consequências diretas de condições inadequadas de trabalho. Este artigo explora como a falta de infraestrutura e jornadas exaustivas comprometem a saúde dos trabalhadores, especialmente mulheres negras em empregos vulneráveis.
Introdução
As doenças ocupacionais têm se tornado uma preocupação crescente no Brasil, refletindo a realidade de muitos trabalhadores que enfrentam problemas de saúde devido a condições inadequadas de trabalho. A advogada Patricia Anastácio destaca que problemas como ansiedade, tendinites e exaustão no trabalho são resultados diretos de jornadas exaustivas e objetivos inatingíveis. Neste artigo, vamos explorar as causas e consequências das doenças ocupacionais, além de discutir a importância da saúde no ambiente de trabalho.
O Que São Doenças Ocupacionais?
As doenças ocupacionais podem ser classificadas em duas categorias principais: doença laboral e enfermidade relacionada ao trabalho. A primeira refere-se a doenças originadas diretamente do desempenho de uma atividade específica, enquanto a segunda está ligada às condições gerais do ambiente de trabalho.
Doença Laboral
A doença laboral, também conhecida como Tecnopatia ou Ergopatia, é aquela que se desenvolve em decorrência de atividades específicas que envolvem riscos diretos. Por exemplo, trabalhadores que passam longas horas em frente ao computador podem desenvolver problemas de coluna ou tendinites.
Enfermidade Relacionada ao Trabalho
Por outro lado, a enfermidade relacionada ao trabalho pode afetar qualquer empregado exposto a condições adversas, como ambientes insalubres ou jornadas excessivas. Essas doenças não estão restritas a uma função específica, mas sim ao ambiente laboral como um todo.
O Impacto das Doenças Ocupacionais
De acordo com um estudo do SESI, 81% dos administradores industriais pretendem aprimorar programas de saúde para seus funcionários. Essa mudança é impulsionada pela crescente percepção de que a saúde dos trabalhadores é essencial para a produtividade e competitividade das empresas. Patricia Anastácio afirma que as empresas estão começando a investir mais na prevenção e no bem-estar dos funcionários, embora ainda haja um longo caminho a percorrer.
A Realidade das Mulheres Negras no Mercado de Trabalho
Conforme informações do IBGE e do Ministério da Saúde, as mulheres afrodescendentes estão entre as mais afetadas por doenças ocupacionais. O racismo estrutural, aliado ao sexismo e à desigualdade econômica, as empurra para funções sobrecarregadas, com salários reduzidos e maior exposição a riscos ergonômicos e psicossociais. Essa realidade destaca a urgência de uma mudança nas condições de trabalho para garantir a saúde e os direitos de todos os trabalhadores.
Conclusão
As doenças ocupacionais são um reflexo das condições de trabalho que muitos enfrentam diariamente. É fundamental que empregadores e sociedade reconheçam a importância de garantir ambientes de trabalho saudáveis e dignos, especialmente para os grupos mais vulneráveis. A saúde no trabalho não deve ser uma questão secundária, mas sim uma prioridade, pois o bem-estar dos trabalhadores é essencial para a construção de um ambiente profissional mais justo e produtivo.

Fonte: Patrícia Souza Anastácio