A compulsão alimentar pode ter causas fisiológicas que dificultam o emagrecimento, mesmo com dieta e exercício. Entenda como desequilíbrios hormonais, deficiências nutricionais e alterações metabólicas afetam o controle do apetite e contribuem para o efeito sanfona, e saiba como o tratamento integrado pode ajudar a superar esses desafios.
O que é compulsão alimentar e como ela afeta o emagrecimento
A compulsão alimentar vai além de simples deslizes na dieta. Conforme explica o médico Lucas Chinellato, especialista em emagrecimento e metabolismo, trata-se de um comportamento caracterizado pela perda de controle na ingestão excessiva de alimentos em curto período, acompanhado por sentimentos de culpa e sofrimento emocional.
Diferente dos episódios pontuais, a compulsão é frequente e prejudica a qualidade de vida.
Causas fisiológicas por trás da compulsão alimentar
Embora fatores emocionais como ansiedade e estresse sejam comuns, muitos pacientes apresentam compulsão alimentar sem histórico desses transtornos. Nesses casos, o principal gatilho está em desequilíbrios fisiológicos, como resistência à leptina — hormônio responsável pela saciedade — e aumento da grelina, que estimula a fome.
Outras condições como resistência à insulina, hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos e disfunções no sistema dopaminérgico também influenciam o apetite e o metabolismo.
Além disso, deficiências de nutrientes essenciais como vitamina D, B12, magnésio, zinco e cromo impactam diretamente o humor e o controle do apetite, interferindo na produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina.
A microbiota intestinal desequilibrada (disbiose) reduz a produção de substâncias ligadas à sensação de bem-estar e saciedade, favorecendo o chamado “comer automático”.
Por que o efeito sanfona é tão comum em quem sofre de compulsão
O ciclo de restrição alimentar seguido por episódios de compulsão, conhecido como efeito sanfona, é agravado por esses desequilíbrios hormonais e metabólicos.
Mesmo com hábitos saudáveis durante o dia, muitos pacientes enfrentam crises noturnas que comprometem o déficit calórico e favorecem o ganho de peso.
Essa oscilação dificulta a resposta do organismo ao esforço e gera frustração, levando à sensação equivocada de falha pessoal.
Como identificar os fatores fisiológicos da compulsão alimentar
Para um diagnóstico preciso, é fundamental uma avaliação clínica detalhada e exames laboratoriais que investiguem níveis de insulina, leptina, cortisol, grelina, hormônios tireoidianos, vitaminas e marcadores inflamatórios e intestinais.
O especialista também avalia padrões de sono, fadiga, alterações menstruais, desejo por doces e episódios de compulsão noturna para entender o quadro completo.
Tratamento integrado: corpo e mente em equilíbrio
Quando a compulsão tem base fisiológica, o tratamento inclui reposição de nutrientes, modulação hormonal personalizada e regulação da microbiota intestinal.
Fórmulas manipuladas podem auxiliar no controle do apetite e da impulsividade. Em casos com forte componente emocional, terapias cognitivo-comportamentais e manejo do estresse são essenciais.
O Método C.O.R.P.O., criado por Lucas Chinellato, combina cinco pilares fundamentais: correção de hábitos e estilo de vida, otimização nutricional, regulação hormonal, potencialização metabólica e acompanhamento contínuo.
Essa abordagem integrada apoia o paciente com suporte fisiológico e psicológico para alcançar resultados sustentáveis.
“Tratar apenas com força de vontade é frustrante para quem tem o corpo em desequilíbrio”. Chinellato
Conclusão
A compulsão alimentar pode ser um desafio complexo que vai além da força de vontade, envolvendo fatores hormonais, nutricionais e metabólicos que dificultam o emagrecimento.
Com uma avaliação detalhada e tratamento integrado, é possível superar esses obstáculos e promover uma mudança duradoura no controle do apetite e na qualidade de vida.
Entender essa complexidade é o primeiro passo para um emagrecimento saudável e sustentável.
Fonte: AMZ Comunicação