NOTA CIESP
O presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, analisou o crescimento de 3,1% da atividade industrial no acumulado do ano até setembro, conforme anunciado pelo IBGE. Ele ressaltou que, embora os números sejam positivos, o desempenho poderia ser ainda mais robusto com políticas de fomento eficazes e de longo prazo. “É crucial que a expansão da indústria seja sólida e sustentada”, afirmou.
Cervone também destacou o impacto do Custo Brasil, que soma R$ 1,7 trilhão anualmente em relação à média dos países da OCDE. “Esse fator pesa enormemente na competitividade, exigindo investimentos constantes em tecnologia e capacitação de recursos humanos”, explicou. Além dos altos tributos, a indústria enfrenta desafios como a insegurança jurídica e os elevados custos trabalhistas.
Ele citou exemplos de medidas prejudiciais, como a tributação sobre subvenções para investimento (Lei 14.789/2023), que gera perdas de R$ 25,9 bilhões, e a limitação temporal ao aproveitamento de créditos tributários (Lei 14.873/2024), com perdas estimadas em R$ 24 bilhões.
Com a expectativa de que a reforma tributária traga melhorias, Cervone mencionou dois planos lançados este ano: a Depreciação Acelerada, que incentiva investimentos em modernização, e o programa Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026. “Reduzir custos e viabilizar investimentos é essencial para a modernização e competitividade da indústria nacional”, afirmou.
Para Cervone, o fortalecimento do setor beneficiará todos os brasileiros, pois é responsável por 66,6% das exportações de bens e serviços e 24,4% da arrecadação previdenciária, além de manter mais de 11 milhões de empregos formais. “Os números do IBGE demonstram a resiliência da indústria, que precisa crescer de forma robusta e sustentada para ajudar o Brasil a se tornar uma economia de renda alta”, enfatizou.
Os dados do IBGE indicam que, em setembro de 2024, a produção industrial brasileira subiu 1,1% em relação a agosto, após um aumento de 0,2% no mês anterior. Na comparação anual, a produção cresceu 3,4%, marcando a quarta taxa positiva consecutiva e uma expansão de 3,1% nos primeiros nove meses do ano.
A taxa anualizada aumentou 2,6% em setembro, intensificando o ritmo de crescimento em relação aos meses anteriores de 2024.
Fonte: Roncon & Graça Comunicações