Pesquisa da Ciesp-Campinas revela que 100% das indústrias associadas preveem impactos negativos de novos impostos, com queda na produção e aumento dos preços, afetando municípios como Sumaré, Paulínia e Hortolândia.
Segundo a pesquisa, 83% das empresas responderam que o impacto negativo dos novos impostos seria significativo, causando redução das margens de lucro e atrasos nos investimentos. Outros 17% consideram o impacto extremamente negativo, com necessidade de cortes drásticos de custos. Nenhuma empresa assinalou impactos moderados, insignificantes ou inexistentes.
Ao analisar os efeitos da Medida Provisória 1.300/25, editada em 21 de maio de 2025, que prevê aumento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para a indústria, 67% das empresas preveem aumento nos preços dos produtos da cesta básica e outros bens fabricados no Brasil. Os demais 33% não possuem avaliação formada, e nenhuma empresa indicou redução de preços ou ausência de impacto.
“Tudo isso impactado pela política econômica do governo, que faz com que haja um desestímulo à atividade produtiva. A pesquisa mostra também que o impacto negativo do aumento do IOF e da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) aumentará consideravelmente, atingindo tanto a população em geral quanto toda a atividade produtiva. O Brasil precisa de incentivo à produção e não é o que está acontecendo no momento.” José Henrique Toledo Corrêa, diretor do Ciesp-Campinas
Os dados da sondagem indicam que o volume de produção diminuiu para 66% das empresas em relação ao mês anterior, enquanto o faturamento caiu para 67%, permaneceu estável para 17% e aumentou para 16% delas. O nível de inadimplência e o endividamento permaneceram estáveis para cerca de dois terços das empresas associadas.
“Mas aumentos como o da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) penalizam todos os setores, assim como o aumento da tributação.” Valmir Caldana, vice-diretor do Ciesp-Campinas
Além dos impactos tributários, a tensão internacional também preocupa o setor. O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, comentou o conflito entre Irã e Israel, que pode afetar importações e exportações, especialmente pela possível interrupção do comércio no canal marítimo do Golfo de Ormuz, responsável por um quinto do petróleo mundial e parte significativa do gás natural liquefeito (GNL) que circula diariamente.
Balança Comercial Regional
Sobre a balança comercial regional, em maio de 2025 o valor exportado foi de US$282,8 milhões, uma queda de 4,90% em relação a maio de 2024. Já as importações somaram US$1,184 bilhão, aumento de 11,20% comparado ao mesmo período do ano anterior. O déficit comercial regional atingiu US$901,5 milhões, 17,44% maior que em maio de 2024. A corrente de comércio exterior (exportações + importações) cresceu 7,69%, totalizando US$1,467 bilhão.
Os principais municípios exportadores da Regional Campinas em maio de 2025 foram Campinas (32,19%), Paulínia (23,63%), Sumaré (12,18%), Mogi Guaçu (9,08%) e Valinhos (4,88%). Já os maiores importadores foram Paulínia (47,86%), Campinas (26,02%), Jaguariúna (6,01%), Hortolândia (5,91%) e Sumaré (4,97%).
Os três principais destinos das exportações regionais foram Estados Unidos (US$56,86 milhões – 20,11%), Argentina (US$37,75 milhões – 13,35%) e México (US$19,67 milhões – 6,96%). As principais origens das importações foram China (US$313,19 milhões – 26,44%), Estados Unidos (US$202,24 milhões – 17,08%) e Índia (US$108,86 milhões – 9,19%).
Fonte: Roncon & Graça Comunicações