A 1ª Vara Criminal de Sumaré condenou César Francisco Moranza Júnior, de 54 anos, a 83 anos e 13 dias de prisão em regime inicial fechado após júri popular realizado na quinta-feira (28), que o considerou culpado pelo assassinato da ex-namorada Fernanda Silva Bim e do filho dela, Maurício Silva, além de tentativa de homicídio contra a ex-sogra e ocultação de cadáver.
Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, os crimes ocorreram em outubro de 2023, depois que Fernanda Silva Bim cobrou a devolução de uma quantia emprestada durante o relacionamento. O encontro entre as vítimas e o acusado ocorreu em uma casa vazia no Jardim Santana, em Sumaré.
Mãe e filho foram executados a tiros, apresentaram ferimentos compatíveis com tortura e tiveram os corpos esquartejados. Os restos mortais foram abandonados em um canavial próximo à antiga Usina de Cillo, em Santa Bárbara d’Oeste. O irmão do réu, Aristides Moranza Neto, responde por ocultação de cadáver por participação na ocultação.
No dia seguinte ao crime, César Francisco Moranza Júnior invadiu a residência da mãe de Fernanda Silva Bim, em Hortolândia, e a atacou com pedaços de mármore; a idosa sobreviveu após ficar dias internada em estado grave.
O juiz Marcelo Forli Fortuna ressaltou a gravidade dos crimes e negou o direito de recorrer em liberdade, mantendo a prisão preventiva decretada na fase de investigação. A defesa afirmou que a pena ficou muito acima dos parâmetros legais e anunciou que recorrerá ao Tribunal de Justiça de São Paulo e, se necessário, a instâncias superiores.
César Francisco Moranza Júnior é descendente de uma família política de Sumaré: é neto do ex-prefeito Aristides Moranza (gestão 1970–1973) e sobrinho do ex-prefeito Paulo Célio Moranza (gestão 1977–1983). Era proprietário de uma empresa de construção civil na Vila Santana e já tinha antecedentes — em 1998 foi condenado por estelionato e outras fraudes, e em 2003 foi preso por participação em um esquema de desvio de recursos no Hospital Conceição Imaculada, em Sumaré, que teria desviado R$ 1 milhão entre 1995 e 1997.
O irmão da vítima, Júlio da Silva Bim, afirmou:
“Sei que não ameniza nossa dor, mas pelo menos temos a segurança de saber que ele não vai destruir mais nenhuma família como destruiu a nossa.”
Com a condenação, César Francisco Moranza Júnior deve cumprir pena em regime fechado.
Fonte: Da Redação