terça-feira, 20 maio, 2025
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Câmara de Sumaré aprova nova regulamentação da Zona Azul com mudanças significativas

A Câmara Municipal de Sumaré aprovou, em regime de urgência, um novo projeto de lei que regulamenta a Zona Azul na cidade. A proposta, enviada pelo prefeito Henrique do Paraíso, introduz regras mais rígidas e aumenta a cobrança pelo estacionamento em vias públicas, visando melhorar a mobilidade urbana.

Na sessão legislativa desta terça-feira (29), os vereadores aprovaram alterações significativas na Lei Municipal nº 7.433, de 3 de abril de 2025. O Projeto de Lei nº 320/2025, de autoria do Executivo, reduz o prazo para regularização de estacionamento irregular e cria vagas exclusivas para embarque e desembarque de passageiros por carros de aplicativo. A proposta foi aprovada com 16 votos favoráveis e quatro contrários.

Com a mudança, ao receber um Aviso de Irregularidade, o motorista terá agora duas horas e quinze minutos para regularizar a situação mediante o pagamento de duas tarifas da Zona Azul. Caso o prazo não seja cumprido, o valor sobe para dez tarifas, com prazo de pagamento de até 48 horas após a notificação. Anteriormente, o usuário tinha 24 horas para regularizar o estacionamento e 72 horas para efetuar o pagamento da taxa maior.

Apesar da redução no tempo de regularização, a proposta introduz vagas exclusivas para carros de aplicativo, destinadas a paradas rápidas para embarque e desembarque de passageiros. Essas vagas serão definidas pela Secretaria de Mobilidade Urbana e limitadas a dez pontos dentro da área de abrangência da Zona Azul.

Entre os pontos positivos, está a tentativa de ordenar o trânsito em áreas de grande fluxo, estimular a rotatividade de vagas e modernizar o sistema com pagamentos por aplicativos, pix e cartões. A iniciativa pode ainda beneficiar o comércio local, ao facilitar o acesso de clientes aos estabelecimentos, principalmente em datas de maior movimento — com possibilidade de adequações solicitadas pela ACIAS.

Por outro lado, o projeto traz preocupações legítimas. A ausência de um debate mais amplo com a população e a Associação Comercial antes da votação foi criticada por parte dos vereadores. Outro ponto sensível é a fixação das tarifas via decreto posterior, sem que os valores tenham sido discutidos previamente, o que gera insegurança quanto à acessibilidade do serviço. O risco de transformar um direito de mobilidade em um novo ônus financeiro preocupa trabalhadores e moradores das regiões abrangidas.

O texto também gerou controvérsias em plenário. Os vereadores Lucas Agostinho (União Brasil), Rodrigo Digão (União Brasil), Rudinei Lobo (PSB) e Wellington Souza (PT) votaram contra, argumentando que a redução do prazo penaliza o cidadão comum e demonstra incoerência por parte do Executivo. Agostinho solicitou a leitura integral da propositura, mas a maioria votou contra a medida.

A experiência de cidades vizinhas ajuda a entender os caminhos possíveis. Americana, que possui Zona Azul há anos, enfrenta críticas quanto à fiscalização e ao número insuficiente de vagas gratuitas. Hortolândia, que também adotou o sistema, conseguiu bons resultados em áreas comerciais centrais, mas ainda busca maior aceitação popular. Já Nova Odessa optou por não implantar a cobrança, mantendo o estacionamento livre, o que agrada boa parte dos moradores, embora gere desafios em horários de pico.

Para que a Zona Azul cumpra seu papel de forma equilibrada em Sumaré, é fundamental que o poder público priorize a transparência e o diálogo contínuo com comerciantes, motoristas e representantes da sociedade civil. A efetiva conciliação entre a organização urbana e os anseios populares dependerá não apenas da execução técnica, mas da capacidade da Prefeitura em ouvir e adaptar o projeto conforme as realidades locais.

Fonte: Da redação

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