sexta-feira, 13 junho, 2025
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Câmara de Sumaré aprova Censo de Animais, mas ignora crise no Hospital Estadual

A Câmara Municipal de Sumaré aprovou por unanimidade o Projeto de Lei que institui o Censo de Animais Domésticos, enquanto permanece omissa diante da grave crise no Hospital Estadual gerido pela Unicamp, ameaçado de privatização.

A Câmara Municipal de Sumaré aprovou nesta terça-feira (3) o Projeto de Lei nº 37/2025, que institui o Censo de Animais Domésticos no município. A proposta, de autoria do vereador Alan Leal (PRD), tem como objetivo mapear a população de cães e gatos da cidade, reunindo informações essenciais para a formulação de políticas públicas de bem-estar animal.

A iniciativa é considerada extremamente necessária, pois permitirá à administração municipal conhecer detalhadamente a quantidade e as condições em que vivem os animais domésticos em Sumaré. Isso facilitará ações importantes como castração, chipagem, campanhas de conscientização sobre guarda responsável e combate ao abandono e maus-tratos. O vereador Alan Leal destacou em sua justificativa que

“É fundamental que Sumaré conheça a realidade populacional dos seus animais domésticos, especialmente em relação a cães e gatos”.

Vereador Alan Leal

No entanto, apesar da relevância da proposta e do reconhecimento ao vereador Alan Leal, chama atenção a rapidez e unanimidade com que a Câmara aprovou o projeto, contraste que evidencia a completa apatia diante da maior crise da saúde pública local: o risco iminente de perda da administração do Hospital Estadual de Sumaré (HES) pela Unicamp.

Conforme já abordado por este jornal, o HES, referência no atendimento público em toda a Região Metropolitana de Campinas, enfrenta a ameaça de ser entregue à iniciativa privada. Essa situação decorre de uma determinação do Tribunal de Contas do Estado e da abertura de um pregão pelo Governo de São Paulo, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, para definir a nova entidade administradora. A Unicamp, que administra o hospital há 25 anos com excelência, cumpriu todas as exigências legais, mas ainda corre o risco concreto de perder a gestão.

Enquanto o prefeito Henrique do Paraíso articula esforços junto ao Governo Estadual para manter a Unicamp à frente do HES, a Câmara Municipal de Sumaré tem se esquivado de sua responsabilidade política. Propostas que buscavam pressionar o Governo do Estado e defender a permanência da Unicamp foram sistematicamente rejeitadas. Recentemente, uma moção de apelo e um projeto para criar uma comissão de acompanhamento da situação foram derrubados em plenário pela maioria dos vereadores, revelando falta de compromisso com a saúde pública local.

A ironia é evidente: a mesma Câmara que aprovou rapidamente um projeto para proteger os animais domésticos permanece indiferente diante da ameaça ao hospital que atende milhares de vidas humanas na cidade e região. Embora a proteção animal seja uma causa nobre e necessária, a população de Sumaré espera que seus representantes demonstrem igual zelo pela saúde dos cidadãos.

A sensação generalizada entre moradores de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia e Paulínia é que a saúde dos animais recebe mais atenção do que a dos próprios moradores. A aprovação do Censo de Animais Domésticos, apesar de louvável, expõe a profunda contradição de uma Casa Legislativa que se omite diante dos problemas mais urgentes que afetam o povo que a elegeu.

O Jornal Spasso Cidades parabeniza o vereador Alan Leal pela sensibilidade em relação ao bem-estar animal, mas ressalta que a mesma dedicação deve ser aplicada à luta pela manutenção do Hospital Estadual sob a gestão da Unicamp — uma pauta que pode significar a vida ou a morte para milhares de sumareenses.

Fonte: Da redação

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