A Câmara Municipal de Nova Odessa instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para fiscalizar contrapartidas dos investidores de loteamentos e evitar o colapso urbano causado pelo crescimento acelerado da cidade.
A Câmara Municipal de Nova Odessa instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) com o objetivo de investigar as contrapartidas exigidas dos investidores de loteamentos, buscando controlar o crescimento desordenado que tem afetado a qualidade de vida local.
Nos últimos três anos, cerca de 17 loteamentos foram liberados, somando mais de 8.500 novas unidades residenciais, o que provocou um aumento caótico no trânsito, déficit de vagas em escolas e postos de saúde, além de pressão sobre o abastecimento de água e o tratamento de esgoto.
Internautas da região da Região Metropolitana de Campinas, incluindo cidades como Sumaré, Hortolândia e Paulínia, têm alertado para o crescimento da demanda por recursos hídricos sem investimentos prévios em represas, o que aumenta o risco de escassez.
Relatos indicam uso descontrolado da rede de água e precariedade no saneamento, com registros de enchentes e esgoto invadindo áreas urbanas, prejudicando moradias e a saúde pública.
Fiscalização e contrapartidas garantem infraestrutura
Nesse contexto, a CEI aprovada pela Câmara de Nova Odessa assume papel fundamental ao investigar os acordos firmados entre a prefeitura e empreiteiras.
Entre as contrapartidas estão obras de infraestrutura, iluminação pública e ampliação das redes de água e esgoto. O objetivo é garantir que os novos loteamentos cumpram as obrigações prometidas, assegurando condições básicas de moradia e circulação e evitando que o crescimento acelerado comprometa o futuro da cidade.
A iniciativa remete ao passado em que o desenvolvimento urbano de Nova Odessa era planejado e controlado. A cidade, conhecida como “Paraíso do Verde”, destacava-se pela ampla arborização e excelência em saneamento.
Investimentos recentes, como a substituição de 7,2 km de rede por tubulação mais resistente, com aporte de R$ 3,5 milhões, reforçam a necessidade de infraestrutura adequada para enfrentar a expansão populacional.
Riscos sem fiscalização e responsabilidade legal
Sem fiscalização rigorosa, os riscos são evidentes: ruas congestionadas, falta de vagas escolares, hospitais sobrecarregados e possível escassez de água tratada.
Com a CEI, Nova Odessa poderá responsabilizar legalmente os empreendedores que não cumprirem suas obrigações, conforme já busca uma ação popular em andamento.
A continuidade do programa depende da colaboração efetiva dos envolvidos, principalmente do prefeito Leitinho, que possui autoridade para exigir e confirmar o cumprimento das contrapartidas.
Caso contrário, o crescimento rápido pode destruir a referência histórica de Nova Odessa em qualidade urbana, transformando a cidade em mais um exemplo de pressão imobiliária descontrolada na Região Metropolitana de Campinas.
Fonte: Da redação