A Câmara Municipal de Monte Mor aprovou requerimento que cobra da Prefeitura detalhamento completo das emendas parlamentares recebidas entre dezembro de 2024 e junho de 2025, reforçando o debate nacional sobre a transparência no uso do dinheiro público.
O documento aprovado solicita à administração municipal que informe quais deputados estaduais e federais enviaram recursos, os valores, a destinação prometida, as datas de liberação e o estágio atual de execução ou previsão de uso das verbas. Na justificativa, Roger Santos destaca que a medida é fundamental para garantir transparência e fiscalização da aplicação dos recursos públicos.
“A população tem o direito de saber quais investimentos estão sendo realizados com recursos oriundos dos deputados que representam o Estado e o País”. Roger Santos (vereador)
Paralelamente, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), trava uma cruzada contra o STF e o Governo Federal para manter o atual modelo, que é marcado pela falta de transparência e concentração de poder nas mãos de poucos líderes partidários.
O caso mais recente e escandaloso envolve o deputado federal Fábio Teruel (MDB-SP), que destinou R$2,2 milhões de uma emenda de R$11 milhões para recapeamento de ruas dentro do condomínio onde ele próprio mora, em Barueri. A denúncia levou a Controladoria-Geral da União (CGU) a abrir uma investigação.
A atitude da Câmara de Monte Mor, portanto, não é apenas um ato administrativo, mas um posicionamento político relevante: o de que o dinheiro público deve ser público em todos os sentidos, inclusive em sua origem e destino.
Ao exigir da Prefeitura essa prestação de contas, os vereadores colocam Monte Mor na contramão da omissão e da complacência que ainda marcam parte do cenário nacional.
Que o exemplo de Monte Mor inspire outros municípios da região de Campinas, como Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa e Paulínia, a também abrir a caixa-preta das emendas — porque quando o dinheiro some sem explicação, quem paga a conta é sempre o povo.
Fonte: Da redação