quinta-feira, 7 novembro, 2024
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Café, linha férrea e até maldição do padre: conheça um pouco da história de Sumaré

Nascida aos arredores da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso, atualmente conhecida como Campinas, Sumaré surgiu como uma sesmaria durante o período colonial. O documento mais antigo sobre a cidade faz uma referência ao ribeirão Quilombo e data de 1799.

Com o desenvolvimento de Campinas, Sumaré se tornou um importante polo agrícola na região, produzindo principalmente café.

Além de ser passagem para muitos viajantes (comerciantes, negociantes de gado, etc…) que faziam de Sumaré seu pouso, a cidade passou a se desenvolver cada vez mais, principalmente depois da inauguração da estação ferroviária na cidade.

A obra da linha férrea que ligava Jundiaí à Campinas, e posteriormente se estenderia até Rio Claro, acelerou o desenvolvimento do povoado. Na região foi fundada a Estação Rebouças, que deu nome à cidade. O nome era em homenagem à Antônio Pereira Rebouças Filho, que junto com o seu irmão André Rebouças, foram os engenheiros responsáveis pela construção da linha férrea.

Rebouças, além de engenheiro e inventor, era um abolicionista ativo, lutando contra a escravidão. Quanta coincidência do destino que numa cidade às margens do Ribeirão Quilombo, que produzia café com mão de obra escrava, recebesse o nome de uma figura tão importante para a abolição como foi Rebouças.

Posteriormente Rebouças mudou de nome, passando a se chamar Sumaré, uma alusão à flor típica que cresce na região, rendendo a alcunha à Sumaré: Cidade Orquídea.

Com a emancipação da cidade de Campinas, nos anos 50, Sumaré teve a oportunidade de eleger o seu primeiro prefeito. O escolhido foi o padre José Giordano, pároco na cidade. Sem ligação forte com a cidade nem laços com as famílias tradicionais, Giordano se elegeu com apelo religioso. Nessa época a cidade contava com apenas 8 mil habitantes.

Nas eleições seguintes, em 1958, Dr. Leandro Franceschini foi eleito o segundo prefeito da cidade. O médico venceu o candidato apoiado pelo Padre Giordano, José Miranda. Reza a lenda que esse fato levou ao padre a lançar uma maldição sobre a cidade, pelos eleitores terem ido contra a sua vontade. Sendo verdade ou não, José Miranda foi eleito nas eleições seguintes, mas Sumaré ficou ainda ficou com a maldição.

A partir da década de 1960, a população de Sumaré começou a experimentar um crescimento notável. Na década de 1970, esse crescimento demográfico atingiu quase 400%. Esse verdadeiro “boom” populacional foi impulsionado principalmente pelo desenvolvimento industrial e pela disponibilidade de terrenos a preços acessíveis.

Sumaré passou a ser reconhecida como uma terra de oportunidades, atraindo migrantes de todas as regiões do Brasil. Com a industrialização do Sudeste, empresas começaram a se estabelecer em Sumaré a partir dos anos 1950. Em 1943, a 3M do Brasil foi uma das pioneiras a se instalar na região, e muitas outras indústrias seguiram o mesmo caminho.

Hoje Sumaré enfrenta muitos desafios. Enquanto as cidades vizinhas mudam e evoluem, Sumaré parece presa em 1960. Os votos de todos nesse aniversário é que a cidade explore o seu verdadeiro potencial e com a força dos cidadãos trabalhadores, honestos e justos da cidade, faça Sumaré crescer cada vez mais.

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