Entre 2023 e 2024, o Brasil registrou cerca de 3,2 milhões de novos casos de diabetes. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a estimativa é que o número total de pessoas com a doença no país seja de aproximadamente 20 milhões, com base no resultado do Censo de 2022. Em 2023, dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil tinha 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos) diagnosticados com a doença. Esses números alarmantes coincidem com o Dia Mundial da Diabetes, comemorado em 14 de novembro, data de aniversário de Sir Frederick Banting, co-descobridor da insulina.
Tipos de Diabetes
Mundialmente, o diabetes se tornou um problema sério de saúde pública, com previsões superadas a cada nova triagem. Em 2000, a estimativa global de adultos vivendo com diabetes era de 151 milhões. Em 2009, esse número cresceu 88%, alcançando 285 milhões. Em 2020, calcula-se que 9,3% dos adultos, entre 20 e 79 anos, ou seja, 463 milhões de pessoas, viviam com diabetes. Além disso, 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos apresentam diabetes tipo 1.
Dentre os tipos de diabetes, a maioria (90%) é do Tipo 2, que ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz, resultando em resistência à insulina. Os principais fatores de risco incluem obesidade, dieta não saudável e falta de atividade física. Este tipo se manifesta mais frequentemente em adultos, mas também tem sido registrado entre crianças e adolescentes, devido ao aumento da obesidade. Dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar, podendo exigir medicamentos ou insulina em alguns casos.
O diabetes Tipo 1, que representa de 5% a 10% do total, ocorre em pessoas com predisposição genética, onde o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Essa variedade geralmente se manifesta na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos. O tratamento envolve insulina, planejamento alimentar e atividades físicas para controlar os níveis de glicose no sangue.
Prevenção
A doutora Aline Cristina Regis Almeida, clínica médica e geriatra do Instituto Allezi, de Campinas, enfatiza que a melhor forma de combater a diabetes é a prevenção. Isso inclui evitar a doença e realizar um diagnóstico precoce, reduzindo as complicações. “Os profissionais precisam focar na educação do paciente em relação à doença e tratamento. Muitos pacientes não têm ideia de nada”, alerta Aline Cristina.
A médica também ressalta a importância dos cuidados com as crianças, já que a doença pode se manifestar entre os quatro e seis anos e entre os dez e 14 anos. “O Atlas da Federação Internacional de Diabetes mostra que no Brasil, 92.300 crianças e adolescentes têm diabetes tipo 1”, destaca. Esse número coloca o país em 3º lugar no ranking de incidência de diabetes tipo 1 infantil no mundo, atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos. “A doença autoimune, que impede o pâncreas de produzir insulina, pode surgir em qualquer fase da infância”, explica Aline Cristina.
“Além de fazer exames periódicos para o controle, as pessoas também devem investir em atividades físicas e em uma alimentação balanceada, que são mais acessíveis a todos”, completa.
Fonte: Comunicação Estratégica Campinas