Quem mora em Sumaré e depende do transporte público sabe que longas horas de espera, veículos lotados e falta de linhas e veículos são uma realidade cruel do dia-a-dia. A região do Picerno é uma das mais afetadas, com moradores reclamando de atrasos, longas viagens e falta de opções de transporte.
Elizabeth, moradora do Portal Bordon I, disse que esperar pelo ônibus no bairro é inviável. Além da linha passar apenas na avenida principal, que é distante de sua casa, a espera pode ser superior a uma hora e a viagem para o Centro pode levar quase o mesmo tempo. Para se locomover, conta com a ajuda dos filhos que vivem na cidade e têm carro, mas às vezes precisa pedir Uber, que fica mais caro.
A linha 120 que liga o Picerno à UPA do Macarenko tem uma espera que em dias de semana pode chegar a 55 minutos, e aos domingos, a espera pode ser superior a duas horas e meia. Se alguém precisa procurar a unidade num domingo, além das duas horas e meia de espera, precisam encarar uma linha que na sua totalidade conta com 79 pontos de parada distintos, o que torna a viagem extremamente longa e cansativa.
Moradores da região também afirmam que muitos procedimentos e exames não podem ser realizados nas unidades de atendimento do Picerno e do Bordon, e que corriqueiramente precisam procurar unidades na região central e de Nova Veneza. No caso de Nova Veneza, às vezes é necessário pegar um veículo para o centro e outro para a região, o que pode significar desperdiçar um dia inteiro em volta da espera pelo ônibus.
Este é um problema que afeta não apenas a região do Picerno, mas a cidade como um todo. Moradores da Área Cura e Matão também reclamam do tempo de espera, constantes atrasos e longas viagens. Isso faz com que os moradores dessas regiões prefiram se deslocar até Campinas quando necessário, devido a maior facilidade em chegar à cidade vizinha do que ao Centro de Sumaré.