O número de crimes políticos vem aumentando na região, e a eleição, que deveria ser uma disputa democrática pela liderança, transformou-se em uma luta entre a vida e a morte.
Em 2021, a região presenciou um crime sem precedentes. Em Nova Odessa, o Secretário Municipal de Governo, Marco Antonio Barion, conhecido como Russo, foi executado na porta de sua casa. O político, muito querido e respeitado pela população, foi morto com 13 tiros. A coincidência entre o número de tiros e o número do partido, o PT, não passou despercebida.
A polícia investigou o caso e prendeu um empresário que morava no mesmo condomínio que a vítima. Na residência do suspeito, foram encontrados registros dos horários de entrada e saída de Russo e sua família, além de R$40 mil em espécie. O empresário participava de licitações na cidade e foi responsável por informar aos assassinos quando Russo sairia de casa.
Apesar das evidências impressionantes, ele foi liberado após 100 dias preso, e a justiça arquivou o caso por falta de provas, mesmo com a abundância de indícios.
Nestas eleições, um candidato a vereador em Nova Odessa também foi alvo de um ataque. Durante um evento de campanha, Luan Vitorelli foi baleado. Apesar do susto, a vítima passa bem, e o caso segue sob investigação pela polícia.
Em Sumaré, o irmão do então candidato e agora vereador eleito José Tavares (PL) foi baleado. Dois criminosos invadiram a residência e, após uma luta corporal com a vítima, que é PM aposentado, dispararam um tiro em seu pescoço. Tavares estava na residência no momento do ocorrido. A vítima foi encaminhada ao hospital e passa bem.
Ainda em Sumaré, segundo relatos do PT da cidade, o coordenador de campanha de Willian Souza, Roberto Vensel, foi abordado na porta do comitê por indivíduos armados, mas não foi atingido.
Segundo dados públicos, cerca de 7 crimes políticos contra candidatos e políticos eleitos aconteceram no primeiro turno destas eleições, um número alarmante e muito elevado.
Além desses casos, em diversas ocasiões, o jornal Spasso Cidades foi alvo de ameaças. Em duas situações, os entregadores foram agredidos e, em uma delas, ameaçados com armas de fogo. Além da equipe de entrega, a diretora do jornal também sofreu ameaças em várias ocasiões, inclusive contra sua própria vida.
Com tanta violência, é difícil fazer a democracia funcionar na cidade. Atos violentos como esses afastam da política pessoas honestas, que temem pela própria segurança. Garantir a segurança na política é garantir a sobrevivência da democracia. Chega de violência.
Fonte: Da redação