quinta-feira, 12 dezembro, 2024
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Conheça as consequências de ter um filho favorito

Uma matéria publicada no site da BBC Brasil esclarece que o favoritismo dos pais é um fenômeno comum, que pode prejudicar o bem-estar dos filhos até a vida adulta, sendo conhecido como tratamento parental diferenciado. Irmãos da mesma família podem ter percepções variadas sobre o favoritismo, pois a sensação de ser desfavorecido pode ser muito subjetiva. Esse sentimento se manifesta quando um filho percebe que recebe menos atenção, elogios ou afeto em comparação ao irmão.

Pesquisas indicam que, desde muito cedo, as crianças conseguem perceber o tratamento diferenciado dos pais, como quando um deles demonstra mais carinho por um irmão. Essa percepção de favoritismo foi associada a problemas de autoestima, ansiedade, depressão e dificuldades comportamentais. Um estudo da Universidade Cornell revelou que 75% das mães indicaram um filho como aquele com quem sentem maior proximidade emocional, evidenciando a prevalência desse fenômeno.

Especialistas apontam que as consequências do favoritismo podem persistir até a idade adulta. O favoritismo materno, por exemplo, está associado a níveis mais altos de depressão entre filhos adultos. Além disso, essa dinâmica pode prejudicar os laços entre irmãos, gerando tensões e conflitos que afetam o bem-estar geral. O psicólogo Dr. Alan E. Kazdin, da Universidade de Yale, enfatiza: “O favoritismo não é apenas uma questão de percepção; ele tem impactos reais na saúde emocional das crianças e na formação de sua identidade ao longo da vida”.

Outro estudo realizado nos EUA sugere que o favoritismo pode criar um fardo desigual na vida familiar, pois, ao envelhecer, pais tendem a buscar assistência do filho que percebem como favorito. Isso pode levar a sentimentos de culpa e ressentimento entre os filhos, especialmente aqueles que se sentem menos favorecidos. A psicóloga Dra. Sarah W. Lentz, especialista em desenvolvimento infantil, observa: “Quando um filho percebe que não é o favorito, isso pode criar um ciclo de insegurança que o acompanha na vida adulta, afetando seus relacionamentos e sua autoestima”.

O favoritismo pode não ser intencional, e os pais muitas vezes não têm consciência de que estão fazendo isso. O comportamento pode surgir, por exemplo, quando um dos filhos é mais fácil de lidar. Para mitigar os efeitos do favoritismo, é crucial que as famílias discutam abertamente suas percepções e sentimentos. Um diálogo sincero pode esclarecer mal-entendidos e promover uma melhor compreensão entre pais e filhos.

Além disso, a pesquisa sobre as diferenças dentro da família sugere que a ordem de nascimento pode influenciar as dinâmicas de favoritismo, mas não da maneira que muitos acreditam. Filhos mais novos são frequentemente escolhidos como favoritos. No entanto, a similaridade dos filhos com os pais é o fator mais determinante para a intimidade emocional. Isso pode gerar conflitos à medida que crescem, afetando os relacionamentos entre irmãos na vida adulta e prejudicando o bem-estar psicológico.

É importante destacar que tratar todos os filhos de forma idêntica não é a solução, pois cada criança possui personalidade, interesses e necessidades únicas. Os pais devem estar atentos a suas ações e criar um espaço seguro para conversas abertas, permitindo que seus filhos se sintam compreendidos e valorizados por quem são.

Fonte: CLIA

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