De acordo com os dados do último censo realizado pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), dos quase 1,8 milhão de cirurgias plásticas realizadas no Brasil, 6,6% são feitas em pacientes com até 18 anos de idade. Este número representa um aumento significativo na demanda por procedimentos estéticos entre os jovens nos últimos anos. Por exemplo, em comparação com os dados de cinco anos atrás, houve um crescimento de XX% na procura por cirurgias plásticas por esta faixa etária.
Os procedimentos mais comuns entre os jovens incluem rinoplastia (que altera a aparência do nariz), otoplastia (que corrige as orelhas de abano), implante de prótese de silicone e redução de mamas. O cirurgião plástico Samir Eberlin, membro titular da SBCP e especialista em cirurgia plástica pela Associação Médica Brasileira, aponta que essa realidade é reflexo dos efeitos causados pelas redes sociais e do fenômeno das selfies. Ele afirma: “Muitas vezes as redes sociais impõem um padrão de beleza irreal e inatingível, causando insatisfação e frustração entre os jovens que não conseguem lidar com essa avalanche de imagens perfeitas. E com a câmera na mão o tempo todo, as comparações entre o real e as fotos, muitas vezes manipuladas com filtros e edições, são inevitáveis”.
O especialista ressalta que a maioria das cirurgias plásticas é permitida a partir dos 15 anos, mas é crucial considerar alguns aspectos antes de recorrer à intervenção. “O corpo do adolescente está em desenvolvimento e o ideal, no caso de cirurgias como rinoplastia, é aguardar o crescimento ósseo completo para evitar o risco de mudanças no resultado caso ocorra alguma modificação no rosto depois do procedimento”, explica.
Além disso, para procedimentos como a redução das mamas ou implante de prótese, o recomendado é esperar o fim do desenvolvimento mamário, que costuma ocorrer de dois a três anos após a primeira menstruação. Samir Eberlin lembra que cerca de 50% dos casos de surgimento da glândula mamária entre adolescentes ocorre durante o estirão de crescimento, e na maioria das vezes a regressão acontece naturalmente após dois anos. No entanto, se o aumento descontrolado das mamas persistir, a ginecomastia é um dos procedimentos indicados para remover o excesso das mamas.
É fundamental avaliar com um profissional todas as motivações que levam o jovem a optar pela cirurgia, discutir prós e contras e ter consciência de que os resultados não são imediatos. “A adolescência é marcada pelo imediatismo, os jovens querem solução rápida, mas no caso de uma cirurgia plástica, é preciso compreender as etapas do processo e seguir as recomendações antes e depois do procedimento”, afirma.
A pressão estética e o desejo de atender a padrões muitas vezes inatingíveis podem impactar a saúde mental dos jovens, levando a um ciclo de insatisfação e ansiedade. A busca por aceitação e validação nas redes sociais contribui para essa pressão, tornando essencial que a sociedade e os profissionais de saúde estejam atentos a essas questões ao orientar os jovens em suas decisões.
Fonte: ImPauta Comunicação