CONTRASTE HÍDRICO: NOVA ODESSA AFASTA RACIONAMENTO ENQUANTO SUMARÉ ENFRENTA ESCASSEZ CRÔNICA
A falta de água é um problema crônico na cidade de Sumaré. Desde os tempos do antigo DAE, a cidade sofre com problemas constantes na distribuição de água, e diversos bairros de todas as regiões enfrentam a escassez com frequência.
Enquanto o sumareense vive na incerteza de se haverá água na torneira no dia seguinte, a CODEN, companhia responsável pela captação e distribuição de água em Nova Odessa, afastou o risco de racionamento já em junho deste ano.
Em maio, uma CPI foi instaurada na Câmara Municipal de Sumaré para apurar a constante falta de água que assola o município. Na ocasião, a BRK, concessionária de água do município, comprometeu-se em combater a falta de água com foco na captação do Rio Atibaia, mas desde então a escassez continua ocorrendo.
Moradores das regiões do Matão, Área Cura e do Bordon II relatam constante falta de água em suas casas, em especial aos finais de semana. Segundo a concessionária, a escassez acontece principalmente durante as ondas de calor, onde o consumo aumenta e gera problemas na distribuição. Apesar das afirmações da empresa privada, problemas de captação foram registrados, mostrando que a responsabilidade não é do consumidor e sim da concessionária.
Durante o governo Cristina Carrara, Luiz Dalben esteve à frente da presidência do DAE. Em sua gestão, ficou decidida a opção pela privatização do órgão. Para o período de transição pós-concessão, Luiz foi afastado da presidência do DAE.
Em sua campanha para prefeito, Dalben afirmou que iria reverter a concessão do DAE, que à época foi feita à Odebrecht Ambiental. Quando a empresa foi vendida para a BRK, segundo o político, houve irregularidades na concessão, o que a invalidaria. Contudo, após ser eleito, Dalben não cumpriu a promessa e deixou o problema para a população resolver.
Quando questionada sobre a falta de água na cidade, em diversas ocasiões a prefeitura se nega a comentar o assunto e diz que a responsabilidade é da BRK e que a gestão municipal não pode fazer nada a respeito do assunto.
Para Nova Odessa, a melhor solução é, na verdade, a prevenção. Em diversos momentos de estiagem na região, o município não precisou recorrer ao racionamento e casos de falta de água são quase inexistentes. A solução é o investimento constante na captação e distribuição de água. Mesmo com uma situação confortável, a prefeitura já iniciou o projeto para a construção de mais uma represa na cidade, ampliando a segurança hídrica dos cidadãos.
Em Sumaré, enquanto a BRK atribui a responsabilidade ao cidadão, à CPFL, e a prefeitura fica de braços cruzados, o sumareense tem dificuldade até mesmo de tomar banho. Com o aumento das temperaturas se aproximando e nenhuma atitude sendo tomada, a volta da falta de água é quase certa.