Segundo as escrituras sagradas, a mulher aparece primeiro em Gênesis 2:18, sendo criada da costela de Adão. Depois, em Lucas 1:27, uma mulher foi escolhida para gerar o salvador, salvador este que perdoou uma mulher a quem todos julgavam e apedrejavam.
Na época medieval, as mulheres se ocupavam do cuidado e da cura do corpo graças a um saber tradicional baseado na utilização de ervas e na prática de ritos, o uso de plantas como contraceptivas, para interromper a gestação, para aliviar as dores do parto e como afrodisíacas. Os desejos e prazeres sexuais das mulheres eram considerados como demoníacos.
Essas mulheres que curam, mulheres sábias e parteiras, conhecidas também como bruxas, representavam uma ameaça e eram executadas publicamente em fogueiras. O fogo foi defendido como melhor recurso por eliminar o sangue e, assim, a ameaça de contaminação.
Para este passado pesado e cruel, seria cômodo apenas esquecê-lo, ou simplesmente ignorá-lo. Porém, isso é incabível, já que nos trouxe até aqui, e temos sabedoria para entender que apenas o cenário modificou-se, mas o julgamento não acabou.
A diferença é que agora reagimos e nada pode nos parar. Nos tornamos fortes, pois a vida sempre nos exigiu e, por mais que tenhamos conquistado espaço e voz, continuamos sendo cobradas. Essas cobranças surgem quando não abaixamos a cabeça, quando lutamos por igualdade, quando não aceitamos relacionamentos abusivos, entre tantas outras situações que não caberiam aqui.
Nossas ancestrais lutaram para que chegássemos até aqui e sabemos que essa batalha não cessará nesta geração e nem nas próximas. Por nós, nossas filhas, netas, sobrinhas, amigas, por todas as futuras mulheres, seguimos a luta para que entendamos que somos ímpares, que a comparação nos diminui, mas as lutas nos igualam. Entendamos que não estamos sozinhas, e que possamos transcender em evolução. Temos a maestria em superação.
Mulher, que todos os dias você se vista de coragem, perfume-se de amor próprio e convença-se de que é incrível. Você é sua própria morada, seu coração e sua alma carregam a força e a delicadeza para superar o que quer que seja.
A luta é por todas que se foram, por nós e pelas que virão!
Por: Clelia de Cassia Corazzari – Professora de Língua Portuguesa/Pedagoga