Não são poucos os perigos e consequências que este comportamento pode trazer tanto para as crianças envolvidas quanto para os pais e para a família como um todo.
Ela pode causar um impacto negativo ao bem-estar emocional da criança, gerando danos psicológicos significativos às crianças, tais como ansiedade, depressão baixa autoestima e até mesmo distúrbios psicológicos mais graves, como transtorno de estresse pós-traumático.
As crianças que sofrem a prática podem ter dificuldades em desenvolver relacionamentos saudáveis com o genitor alvo, existindo a possibilidade de perda completa do vínculo afetivo, e também com outras pessoas com as quais convive. Ela pode ser prejudicada nas suas habilidades sociais, afetando o relacionamento com amigos, colegas de aula, professores, e ainda com outros familiares, como avós, tios e primos.
Falando de ensino, uma das consequências ainda a ser considerada é que pode interferir no desempenho escolar da criança, que poderá apresentar dificuldades de concentração, falta de motivação, e mesmo levar ao abandono completo dos estudos. Isso pode impactar negativamente suas oportunidades educacionais e profissionais futuras.
O impacto psíquico na criança é tamanho profundo que aqueles que sofrem alienação parental na infância têm uma maior probabilidade de praticá-la no futuro, gerando um ciclo comportamental negativo em relação às gerações futuras.
Como agir em caso de Alienação Parental?
Algumas medidas são recomendadas no caso de suspeita ou evidência de alienação parental. Tenha-se em mente que qualquer ação deve considerar o bem-estar emocional da criança envolvida, de modo que não se desvirtue o combate a essa prática e o transforme em um palco para disputas pessoais entre os genitores.
Deve-se, primeiramente, buscar suporte por profissionais especializados, como psicólogos, assistentes sociais e advogados especializados em direito de família. Eles podem ajudar a avaliar a situação, e oferecer um suporte emocional e fornecer orientação sobre os próximos passos a serem dados.
É fundamental que o genitor alvo consulte um advogado, para entender seus direitos legais e planejar suas ações sempre visando proteger os interesses da criança. Assim, medidas como a modificação da guarda podem ser adotadas para proteger o filho.
Diante da ocorrência de fatos que evidenciem a alienação parental, procure manter registros detalhados de incidentes e comportamentos que sugiram estar a criança está sendo vítima desta prática. Nisso podemos incluir qualquer indício, como mensagens de texto, e-mails, registro de chamadas ou testemunhas.
Se necessário o Poder Judiciário deverá ser acionado para intervir. Porém, sempre é possível que através de uma comunicação aberta e construtiva resolver as questões afetivas sem que isso seja necessário. Busque o diálogo com o outro genitor, para tentar resolver de uma forma amigável.
Qualquer medida deve sempre priorizar o bem-estar emocional e psicológico da criança, isso deve estar em primeiro lugar. A criança é a parte mais vulnerável nesse contexto e a que necessita de maior proteção e apoio. Nesse sentido, é de suma importância conversar com a criança em um momento adequado, calmo e tranquilo, para que ela possa expressar seus sentimentos. O genitor deve transmitir segurança para a criança, de modo que ela se sinta amada e acolhida, minimizando os danos da alienação parental e fortalecendo um relacionamento mais duradouro.
O que é necessário para provar Alienação Parental?
O nosso sistema processual admite todo o tipo de prova que não seja vedado pelo direito, nem contra a moral. Então, tudo aquilo que não for originário de um ato ilícito pode ser usado como prova. É importante que se diga que não existe uma prova única da alienação parental, sendo indicado reunir o maior número de evidências possível. A seguir falaremos sobre algumas possibilidades de como se pode provar esta prática.
Relatos da criança ou do adolescente
É importante ouvir o que o menor tem a dizer sobre o seu relacionamento com o genitor. Prestando-se atenção a relatos sobre desmoralização do outro genitor, recusa em manter contato com o outro genitor, medo ou insegurança na presença do outro genitor, mudanças repentinas de comportamento e comunicação agressiva em relação ao outro genitor. Esses são sinais de que a criança pode estar sendo influenciada negativamente.
Provas documentais
Podemos citar mensagens por aplicativos de texto, gravações de conversas, fotos ou vídeos, entre outros, cujo conteúdo contenha xingamentos, ofensas ou desvalorização do outro genitor, impedimento o contato, manipulação e todos os tipos de ações que possam ser caracterizadas como alienação parental.
Avaliação psicológica
A partir da dinâmica da psicologia, um psicólogo poderá avaliar a criança e identificar sinais de alienação parental, fornecendo ao final um parecer técnico sobre o caso, e que será um elemento probatório muito importante.
Testemunhas
O depoimento de pessoas que presenciaram circunstâncias que se caracterizam como alienação parental, podem ajudar a provar a prática, ou mesmo o comportamento do menor.
Fonte: Daniel Frederighi