A Hortolândia entrou em fase de reorganização política após a operação Coffee Break, da Polícia Federal, que atingiu o núcleo duro da administração municipal e resultou na prisão e exoneração de Carlos Augusto César, conhecido como Cafu; no mesmo dia, três secretários e uma diretora também foram afastados. Em reação, o prefeito Zezé Gomes anunciou mudanças para recompor a equipe e garantir a continuidade dos serviços públicos diante da investigação em curso.
A movimentação do prefeito visa recompor o governo e transmitir continuidade: foram nomeados novos titulares para as secretarias de Educação, Habitação e Governo, com servidores de carreira e perfis de baixo apelo político. A estratégia busca assegurar o funcionamento da máquina pública num momento de instabilidade e investigação.
Na Educação assume a professora Simone Locatelli, uma integrante respeitada da rede municipal chamada para reorganizar uma pasta que figura entre as áreas investigadas pela PF. Em Habitação, o adjunto Renato Franceschini passa a comandar a secretaria, enquanto o servidor Gerson Ferreira, até então na Inclusão Social, foi nomeado para chefiar a Secretaria de Governo — cargo anteriormente ocupado por Cafu, o que indica enfraquecimento do braço político da gestão.
A exoneração de Cafu não foi tratada apenas como ato administrativo: sua saída representou o desmonte de uma peça-chave na engrenagem do governo, segundo o release oficial, aprofundando a sensação de ruptura. Também deixaram a administração os secretários Fernando Moraes (Educação), Rogério Mion (Habitação) e a diretora Carla Trindade (Almoxarifado e Patrimônio), reforçando a percepção de uma gestão tentando estancar o sangramento enquanto lida com risco de novos desdobramentos.
“Seriedade, responsabilidade e total transparência”
Segundo a prefeitura, todas as nomeações privilegiam o conhecimento técnico e a administração tem colaborado integralmente com as investigações, mantendo processos licitatórios conforme a legislação. Apesar das tentativas de transmitir normalidade, o clima nas ruas e nos bastidores políticos é de atenção: servidores temem novos cortes e empresários acompanham com cautela as movimentações relativas a contratos públicos.
As nomeações podem acalmar momentaneamente o ambiente, mas o desgaste político permanece profundo. O governo de Zezé Gomes inicia agora sua etapa mais delicada desde o início da gestão, e a estabilidade anunciada precisará passar pelo teste das investigações e da avaliação da opinião pública.
Fonte: Da redação
