Estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology associou o uso contínuo de melatonina a maior risco de insuficiência cardíaca em mais de 130 mil adultos com insônia. O uso regular por mais de um ano esteve associado a um risco estimado em 90% maior de desenvolver insuficiência cardíaca.
O estudo é observacional e, portanto, não estabelece relação de causa e efeito. Os participantes foram acompanhados por cerca de cinco anos e os autores alertam que fatores como distúrbios do sono não tratados, obesidade, hipertensão e uso de sedativos podem ter influenciado os resultados.
A melatonina é produzida pela glândula pineal e regula o ciclo circadiano. As doses comercializadas — 3 mg, 5 mg e até 10 mg — podem superar em até 20 vezes a produção fisiológica noturna, estimada em aproximadamente 0,3 mg a 1 mg por noite.
Pesquisas citadas no release apontam efeitos potencialmente benéficos, como ação antioxidante, anti-inflamatória e cardioprotetora. Em contrapartida, há relatos e estudos que descrevem elevação da pressão arterial noturna, aumento da frequência cardíaca e casos isolados de bradicardia grave associados ao uso de doses elevadas.
Segundo o George Mantese, médico especialista em Medicina de Família e Comunidade, mestre em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorando em Educação e Saúde pela USP:
É um estudo de alerta, não de condenação.
Recomendações
- Uso com critério: prefira acompanhamento médico antes de iniciar melatonina.
- Doses controladas: evitar automedicação e doses elevadas, especialmente em idosos.
- Grupos de maior risco: idosos; pessoas com hipertensão não controlada; pacientes com insuficiência cardíaca ou arritmias; histórico de infarto; indivíduos com apneia do sono ou outros distúrbios respiratórios noturnos.

Fonte: Comunicação Estratégica Campinas




