O auditor Marcos Cesar Seignemartin protocolou na Câmara Municipal de Nova Odessa um documento que reforça acusações de caixa dois eleitoral contra o prefeito Cláudio José Schooder (Leitinho) e o vice Alessandro Miranda (Mineirinho), referentes à campanha de 2024.
O material entregue aos vereadores traz detalhes, números, fotos e trechos de entrevistas que, segundo o denunciante, apontam omissões na prestação de contas. Segundo Seignemartin, o conjunto de informações e anexos foi organizado para facilitar a análise e subsidiar eventual investigação.
O auditor afirma que a soma dos valores omitidos na prestação de contas atingiria aproximadamente R$ 327 mil, montante próximo ao teto de gastos informado pelo TSE para o município (R$ 338,6 mil), o que, se confirmado, indicaria despesas não declaradas em proporção elevada em relação ao limite permitido.
Denúncias anteriores, protocoladas em agosto, já apontavam uso de imóvel não declarado e contratação de equipe de campanha não registrada. Agora, o documento acrescenta novos eventos e estimativas de custos com base em atas de preços incluídas no material.
Eventos apontados
- 10 de maio de 2024: Millenium Festas e Eventos — incluído no levantamento de despesas não declaradas.
- 31 de julho de 2024: Villa Lucena — também relacionado a gastos que teriam sido omitidos.
- Estimativa combinada: cerca de R$ 65 mil em despesas não declaradas, segundo o auditor.
O documento ainda menciona a atuação do então secretário municipal de Educação, José Jorge Teixeira, e cita uma entrevista em que, conforme o denunciante, ele teria coordenado a campanha sem se afastar do cargo. Para embasar a cobrança, Seignemartin invoca decisões do TSE, STJ e STF que admitem responsabilizações criminal, eleitoral e civil.
Entre as possíveis consequências listadas estão cassação de mandato, inelegibilidade e punições por improbidade administrativa, dependendo do encaminhamento das apurações pelos órgãos competentes. O auditor anexou jurisprudência, cálculos e documentos que, segundo ele, sustentam as alegações.
Segundo o autor da denúncia, as iniciativas haviam tramitado por cerca de 85 dias sem que a Câmara abrisse investigação ou emitisse resposta formal. Agora a peça protocolada repousa sobre as mesas dos legisladores, com a cobrança para que a Casa exerça sua função fiscalizadora.
“A Câmara tem palavra. Resta saber se terá também coragem.”



